Por Clóvis Gonçalves
São
Paulo - Desde da morte dos pais, em 2002, Andreas von Richthofen nunca falou
publicamente - seja para criticar ou defender a irmã, condenada por planejar o
assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen.
Nesta sexta-feira, no entanto, o jovem de 27 anos resolveu
sair do silêncio para defender seu pai. Andreas escreveu uma carta pública
endereçada ao procurador de Justiça Nadir de Campos Júnior e entregou a um
jornalista da rádio Estadão, pedindo para que fosse divulgada.
No texto, Andreas questiona as acusações que o procurador
fez na última segunda-feira, em participação no programa SuperPop, da RedeTv!.
Nadir Campos Júnior, que atuou na condenação dos irmãos
Cravinho e Suzane, afirmou que Manfred mantinha contas na Suíça e que a
beneficiária seria Suzane. O dinheiro seria fruto de desvios ocorridos nas
obras do trecho Oeste do Rodoanel, realizadas pela Dersa, empresa de qual era
funcionário.
Segundo o procurador, a causa do assassinato seria
justamente o dinheiro no exterior.
Na carta, divulgada pelo site do jornal O Estado de S. Paulo, Andreas
pede explicações ao procurador.
Antes, no entanto, faz referência ao homicídio de seus
pais e se refere a sua irmã como assassina.
"Entendo que sua raiva e indignação para com estes
três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E
eu também. É nojento.", escreve.
Depois, Andreas pede que o procurador esclareça e
apresente provas das acusações que fez.
"Gostaria que o Sr. esclarecesse essa situação: se há
contas no exterior, que o Sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde
estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o
capacitam plenamente para tal. Mas que, se isso não passar de boatos maliciosos
e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito, para
não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a
reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender",
conclui.