Por Clóvis Gonçalves
DRT 7141
Neste sábado, 25 de maio, no auditório da Escola Municipal Professora Alzira Martins Dantas de Oliveira, foi realizado o Primeiro Regional de Religiões de Matrizes Africanas no município de Irará no estado da Bahia. O evento teve início por volta das 9h30min, a organização do evento fez o acolhimento na pauta a discussão sobre políticas de terreiros e política para terreiro, violação de e as mobilizações por reconhecimentos de direitos dos povos tradicionais de matriz africana e de Umbanda. Nesta oportunidade foi realizado o acolhimento dos convidados por meio das respectivas inscrições para o evento, em seguida a formação da mesa seguindo dando início dos debates também sobre Projeto Meu Ilê, Meu Axé foi objeto de discussão sobre o Fórum Regional de Religião de Matrizes Africanas.
O professor Bira fez abertura agradeceu o apoio logístico da prefeitura de Irará por meio das secretarias. Esse é um momento que maraca bastante para o nosso povo e também para a nossa história. De acordo com Bira o fórum terá o papel de está organizando oficinas de formação para a construção de projetos de políticas públicas para que possamos bater na porta do poder público e constituído. Precisamos construir uma agenda para as comunidades tradicionais e do povo terreio.
Neste evento foi criada e aprovada Associação Fórum Regional das Religiões de Matrizes Africanas e Umbanda da Bahia, (FREMALBA), existe um consenso sobre a importância da criação do fórum, então é importantes agente criar um espaço de discussão de religião de matriz africana com fortalecimento e representação em diversos municípios que estão participando desta assembleia neste último sábado (25 de maio), podendo ser no segundo semestre a realização do segundo fórum deixando marcada qual seria a cidade com a temática das Religiões de Matriz Africana e Umbanda salientando que esta discussão é contextualizada com a Política de Promoção da Igualdade Racial, além de discutir a religião precisamos também discutir o contexto em que a gente se encontra e não podemos perder de vista, destacou o professor Bira. Convidada como palestrante Ubiraci Matilde representando a SEPROMI do governo do estado da Bahia. O professor Bira foi eleito presidente da Associação Regional de Religiões de Matrizes Africanas de Irará (veja na foto a diretoria eleita).
Ubiraci Matildes (palestrante) fala que precisa usar a tecnologia para facilitar a comunicação e precisamos usar essa ferramenta tecnológica para as políticas públicas, esse foi o tema da palestrante, cada terreiro tem os seus ensinamentos diferenciados e precisam estarem interagindo para que possamos mudar essa sociedade que vivemos e também sabemos o quanto ela é racista, homofobica e mizojena, é uma sociedade que tem o racismo religioso na sua estrutura, portanto é muito importante que nós possamos se conhecer, se unir na adversidade e é isso que fazemos dentro da SEPROMI, é essa mensagem que trago da secretária Ângela Guimaraes sobre a importância deste evento em Irará porque esse é o inicio das quebras de paradigmas que foram colocados para que agente pudéssemos dizer que o culpado é o nosso irmão, esse Fórum, essa associação também é uma quebra de paradigma que a sociedade colocou em nossas cabeças e em nosso colo, então nós temos que acabar com isso quando a gente se une para realizar uma ação desta importância, salientou.
As políticas pública precisa começar no município e saber como essas políticas estão chegando, nós temos o entendimento que a responsabilidade é apenas do ente federado e não. Tanto a politica pública de saúde como também a de educação ela precisa começar nos municípios, porque ela é uma política Inter federativa como todas as políticas públicas. “Não existe políticas públicas monopolizadas pelo presidente da república e nem pelo governador, ela tem responsabilidade federativa e exemplo do SUS que ainda é o melhor do mundo. Destacou.
O advogado Sidnei e militante das
religiões de matrizes africanas falou sobre questões que envolvem o direito de
terreiros de matriz africana, a injuria e o racismo precisam ser muito bem
esclarecidas, porque o crime de injúria é aquele que é cometido com base nas
confissões religiosa das pessoas, por tanto qualquer religião ou pessoa pode
sofrer, a exemplo de um bispo evangélico que quebrou com vários chutes uma
estátua de Nossa Senhora Aparecida, então isso é crime de injúria, o que nós
sofremos se não fosse uma imagem de nossa senhora, e fosse um assentamento de
exú, uma quartinha de ogum, isso seria muito brando classificar como injúria racial,
isso é racismo religioso, porque o crime que está sendo cometido no momento não
é apenas porque a religião dele (pastor)é diferente da minha (matriz africana),
existe um componente racial e o religioso em tudo que sofremos, o componente
racial nunca vai deixar de nos acompanhar, destacou.
Jessí, professora declarou que nasceu dentro de um terreiro de candomblé e neta de babolirixá, sobrinha de yalorixá, sou dirigente da pasta de igualdade racial órgão da APLB Sindicato em Salvador, então na ideia de forma esse fórum isso é um sonho que está sendo concretizado hoje em Irará, agradecemos a cada um de vocês que se dispuseram a vir fazer esse trabalho que é um polo do estado da Bahia que é a criação deste primeiro encontro Regional de Matriz Africana e a fundação desta instituição (associação) finalizou.
Após o almoço foi formada mesas de temas que foram discutidos pela manhã, a exemplo da fundação da Associação Regional de Matrizes Africanas.