domingo, 26 de maio de 2024

EM IRARÁ (BA), PRIMEIRO ENCONTRO REGIONAL DE RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS

Por  Clóvis Gonçalves

DRT 7141

Neste sábado, 25 de maio, no auditório da Escola Municipal Professora Alzira Martins Dantas de Oliveira, foi realizado o Primeiro Regional de Religiões de Matrizes Africanas no município de Irará no estado da Bahia.  O evento teve início por volta das 9h30min, a organização do evento fez o acolhimento na pauta a discussão sobre políticas de terreiros e política para terreiro, violação de e as mobilizações por reconhecimentos de direitos dos povos tradicionais de matriz africana e de Umbanda. Nesta oportunidade foi realizado o acolhimento dos convidados por meio das respectivas inscrições para o evento, em seguida a formação da mesa seguindo dando início dos debates também sobre Projeto Meu Ilê, Meu Axé foi objeto de discussão sobre o Fórum Regional de Religião de Matrizes Africanas.

O professor Bira fez abertura agradeceu o apoio logístico da prefeitura de Irará por meio das secretarias. Esse é um momento que maraca bastante para o nosso povo e também para a nossa história. De acordo com Bira o fórum terá o papel de está organizando oficinas de formação para a construção de projetos de políticas públicas para que possamos bater na porta do poder público e constituído. Precisamos construir uma agenda para as comunidades tradicionais e do povo terreio.

Neste evento foi criada e aprovada Associação Fórum Regional das Religiões de Matrizes Africanas e Umbanda da Bahia, (FREMALBA), existe um consenso sobre a importância da criação do fórum, então é importantes agente criar um espaço de discussão de religião de matriz africana com fortalecimento e representação em diversos municípios que estão participando desta assembleia neste último sábado (25 de maio), podendo ser no segundo semestre a realização do segundo fórum deixando marcada qual seria a cidade com a temática das Religiões de Matriz Africana e Umbanda salientando que esta discussão é contextualizada com a Política de Promoção da Igualdade Racial, além de discutir a religião precisamos também discutir o contexto em que a gente se encontra e não podemos perder de vista, destacou o professor Bira. Convidada como palestrante Ubiraci Matilde representando a SEPROMI do governo do estado da Bahia.  O professor Bira foi eleito presidente da Associação Regional de Religiões de Matrizes Africanas de Irará (veja na foto a diretoria eleita).

Ubiraci Matildes (palestrante) fala que precisa usar a tecnologia para facilitar a comunicação e precisamos usar essa ferramenta tecnológica para as políticas públicas, esse foi o tema da palestrante, cada terreiro tem os seus ensinamentos diferenciados e precisam estarem interagindo para que possamos mudar essa sociedade que vivemos e também sabemos o quanto ela é racista, homofobica e mizojena, é uma sociedade que tem o racismo religioso na sua estrutura, portanto é muito importante que nós possamos se conhecer, se unir na adversidade e é isso que fazemos dentro da SEPROMI, é essa mensagem que trago da secretária Ângela Guimaraes sobre a importância deste evento em Irará porque esse é o inicio das quebras de paradigmas que foram colocados para que agente pudéssemos dizer que o culpado é o nosso irmão, esse Fórum, essa associação também é uma quebra de paradigma que a sociedade colocou em nossas cabeças  e em nosso colo, então nós temos que acabar com isso quando a gente se une para realizar uma ação desta importância, salientou.

As políticas pública precisa começar no município e saber como essas políticas estão chegando, nós temos o entendimento que a responsabilidade é apenas do ente federado e não. Tanto a politica pública de saúde como também a de educação ela precisa começar nos municípios, porque ela é uma política Inter federativa como todas as políticas públicas.  “Não existe políticas públicas monopolizadas pelo presidente da república e nem pelo governador, ela tem responsabilidade federativa e exemplo do SUS que ainda é o melhor do mundo. Destacou.

O advogado Sidnei e militante das religiões de matrizes africanas falou sobre questões que envolvem o direito de terreiros de matriz africana, a injuria e o racismo precisam ser muito bem esclarecidas, porque o crime de injúria é aquele que é cometido com base nas confissões religiosa das pessoas, por tanto qualquer religião ou pessoa pode sofrer, a exemplo de um bispo evangélico que quebrou com vários chutes uma estátua de Nossa Senhora Aparecida, então isso é crime de injúria, o que nós sofremos se não fosse uma imagem de nossa senhora, e fosse um assentamento de exú, uma quartinha de ogum, isso seria muito brando classificar como injúria racial, isso é racismo religioso, porque o crime que está sendo cometido no momento não é apenas porque a religião dele (pastor)é diferente da minha (matriz africana), existe um componente racial e o religioso em tudo que sofremos, o componente racial nunca vai deixar de nos acompanhar, destacou.

Jessí, professora declarou que nasceu dentro de um terreiro de candomblé e neta de babolirixá, sobrinha de yalorixá, sou dirigente da pasta de igualdade racial órgão da APLB Sindicato em Salvador, então na ideia de forma esse fórum isso é um sonho que está sendo concretizado hoje em Irará, agradecemos a cada um de vocês que se dispuseram a vir fazer esse trabalho que é um polo do estado da Bahia que é a criação deste primeiro encontro Regional de Matriz Africana e a fundação desta instituição (associação) finalizou.

Após o almoço foi formada mesas de temas que foram discutidos pela manhã, a exemplo da fundação da Associação Regional de Matrizes Africanas.