Por Clóvis Gonçalves
Poucos
dias depois de o Ministério da Educação divulgar, com atraso, um desempenho
decepcionante do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013, o
relatório Panorama da Educação de 2014 da OCDE - o clube dos países ricos -, a
ser apresentado nesta terça-feira em Paris, mostra que o investimento do Brasil
no setor continua muito aquém do desejado. E bem distante da média das nações
mais desenvolvidas. Segundo os dados coletados pela organização, o país é o penúltimo
entre 35 pesquisados no que toca a investimento por aluno nos ensinos
fundamental, médio e superior.
De acordo com o estudo, o gasto médio anual
brasileiro por estudante, de US$ 3.066 em 2011, só supera os US$ 625 da
Indonésia. Os valores nacionais são inferiores aos de países de renda similar,
como Turquia (US$ 3.240), México (US$ 3.286) e Hungria (US$ 5.410) e muito
distantes da média de US$ 9.487 do conjunto de países que compõem a OCDE
(organização da qual o Brasil não faz parte). No topo da tabela figuram nações
como Suíça (U$ 16.090) e Estados Unidos (US$ 15.345). O relatório da OCDE
destrincha ainda os investimentos per capita por segmento da educação. E o
resultado tampouco é animador. No que tange ao ensino médio em 36 nações
analisadas, por exemplo, o Brasil só ganha de Indonésia e Colômbia em montante
empenhado. Nosso valor, de US$ 2.605 por aluno, fica atrás dos de Argentina
(US$ 3.184), Turquia (US$ 3.239) e México (US$ 4.034). As informações são do
jornal O Globo.