Por Voz da Bahia
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
A
Polícia Federal afirma que o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), Alessandro Stefanutto, recebia uma mesada de R$ 250 mil em
propinas paga pela Confederação Nacional de Agricultores Familiares e
Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). Segundo as investigações, o repasse
era feito por meio de empresas de fachada, como uma pizzaria, uma imobiliária e
um escritório de advocacia, que serviam para mascarar o esquema. Em planilhas
internas da entidade, Stefanutto era identificado pelo apelido de “italiano”. De
acordo com o relatório da PF, o valor das propinas aumentou de forma expressiva
após Stefanutto assumir a presidência do INSS. Os pagamentos seriam
provenientes do desvio de recursos relacionados a fraudes em massa cometidas
pela Conafer. A maior parte dos repasses ocorreu entre junho de 2023 e setembro
de 2024, com exceção de um pagamento registrado em outubro de 2022.
Os
investigadores afirmam que o ex-presidente recebia os valores mensalmente por
meio de empresas ligadas ao operador financeiro Cícero Marcelino de Souza
Santos. Os repasses eram disfarçados como honorários de consultoria ou
assessoria técnica. A Conafer, segundo a PF, arrecadou R$ 688 milhões por meio
de descontos aplicados em aposentadorias. Stefanutto já havia sido afastado
judicialmente na primeira fase da Operação Sem Desconto, que apura
irregularidades nos descontos indevidos revelados pelo portal Metrópoles.
Durante
sua gestão, ele era suspeito de permitir a continuidade das cobranças feitas
por entidades e de autorizar novos cadastros mediante uso de biometria própria.
Mesmo após a revelação do esquema, foram descontados mais R$ 2 bilhões de
beneficiários, enquanto apenas uma entidade de baixa arrecadação teve seu acordo suspenso. A PF estima que as
fraudes possam chegar a R$ 6,3 bilhões. Nesta nova etapa da operação,
Stefanutto também passou a ser investigado pelo crime de corrupção passiva.
Fonte: Voz da Bahia.