terça-feira, 17 de junho de 2025

CONGRESSO DERRUBA VETO DE LULA E GARANTE INDENIZAÇÃO E PENSÃO VITALÍCIA A VÍTIMAS DO ZIKA VÍRUS

Por Gazeta Brasil

                    Foto: Sumaia Vilela/Agência Brasil

O Congresso Nacional derrubou, nesta terça-feira (17), o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Projeto de Lei 6.064/2023, que assegura indenização e pensão vitalícia para pessoas com deficiência permanente decorrente da síndrome congênita do Zika vírus. Com a derrubada do veto, a nova lei será promulgada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Pelo texto aprovado, crianças afetadas pelo Zika vírus durante a gestação terão direito a uma indenização única de R$ 50 mil por danos morais, além de uma pensão mensal vitalícia de até R$ 7.786,02, valor correspondente ao teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Outra mudança importante é a extinção da exigência de reavaliação bienal para beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) nos casos relacionados à síndrome do Zika. A pensão concedida poderá ser acumulada com o BPC e outros benefícios previdenciários, desde que esses não ultrapassem o valor de um salário mínimo. O projeto também amplia os direitos das mães e pais de crianças com deficiência causada pelo Zika: a licença-maternidade e o salário-maternidade para mães biológicas ou adotivas terão acréscimo de 60 dias, enquanto a licença-paternidade será estendida em 20 dias.

O veto do presidente Lula foi justificado pelo impacto orçamentário da proposta, que, segundo ele, não apresentava fonte de custeio nem compensação tributária. Em alternativa, o governo editou a Medida Provisória 1.287/2025, que oferece uma parcela única de R$ 60 mil para crianças com até 10 anos afetadas pela síndrome congênita do Zika vírus. Além disso, o presidente argumentou que a dispensa da reavaliação periódica do BPC contraria a abordagem biopsicossocial da deficiência, prevista na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, e poderia criar um tratamento desigual em relação a outros tipos de deficiência. Com a decisão do Congresso, a expectativa é que milhares de famílias sejam beneficiadas com o novo direito, ampliando a proteção social aos que convivem com as consequências da epidemia de Zika no país. Fonte: Gazeta Brasil.