Por Atarde
Deputados e senadores receberam R$ 100,5 milhões em reembolsos nos últimos seis anos, é o que mostra um levantamento do portal Uol. Na Câmara dos Deputados, o desembolso atingiu R$ 39,7 milhões entre fevereiro de 2019 e abril de 2025, beneficiando 584 deputados de diferentes legislaturas. O plano de saúde da Câmara cobre hospitais de excelência em todo o país, como Sírio-Libanês, Albert Einstein, Rede D'Or e DF Star. Deputados têm descontos variáveis em folha para bancar o convênio (o máximo fica em torno de R$ 800), e também pagam coparticipação de 25% a 30%, a depender do plano a que têm direito.
O
plano de saúde do Senado oferece cobertura vitalícia não apenas aos 81
senadores, mas também a 190 ex-parlamentares e 126 cônjuges inclusive viúvas, que
podem solicitar readmissão. Gastos com reembolso no Senado somaram R$ 60,8
milhões entre 2019 e 2024, segundo informações disponíveis no Portal da
Transparência. O Senado afirmou que todos os pedidos de ressarcimento passam
por análise técnica. Os valores do reembolso são limitados a 20 vezes o valor
que consta na tabela de serviços, mas também não existe limite de solicitações.
A transparência sobre esses gastos
também é um ponto crítico. A Câmara omite detalhes sobre os procedimentos
realizados e os locais de tratamento, sob a justificativa de proteger dados
pessoais e garantir sigilo médico. Já o Senado não informa quais parlamentares
obtiveram o benefício, apenas o total pago.
O
QUE DIZEM CÃMARA E SENADO
A
Câmara afirmou que apenas despesas do próprio parlamentar são reembolsáveis e
que os pedidos devem ser aprovados pela Mesa Diretora, dentro da dotação
orçamentária. Não são cobertas despesas com acompanhantes, tratamentos
estéticos ou experimentais, embora o Conselho Diretor do Pró-Saúde possa
autorizar "ressarcimento de despesas médico-hospitalares realizadas no
exterior para os beneficiários do plano, quando inexistentes ou esgotados os
recursos no país, mediante indicação médica, prévia avaliação da unidade
administrativa de assistência à saúde e parecer favorável da auditoria médica
oficial".
O Senado Federal afirmou que todos os pedidos "passam por análise técnica da
perícia" interna e que os reembolsos não cobrem procedimentos ilícitos,
experimentais ou estéticos. Também prevê tratamento no exterior e remoção via
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) aérea, se necessário. Não há teto para a quantidade de pedidos de
ressarcimento para senadores, mas os valores de reembolso por procedimento são
limitados e seguem cálculos previstos pelo Senado. Fonte: Atarde.