Por De Olho na Cidade
A avaliação cardiológica pré-operatória é uma etapa fundamental antes de qualquer procedimento cirúrgico, garantindo maior segurança tanto para o paciente quanto para a equipe médica. O cardiologista Dr. Sérgio Rocha explicou a importância dessa análise e os riscos que podem ser minimizados com um bom planejamento. “Hoje em dia, vemos cada vez mais pessoas querendo fazer procedimentos cirúrgicos estéticos. Até mesmo para tatuagens grandes, algumas pessoas estão utilizando sedativos e anestesistas. Qualquer procedimento requer que o paciente conheça seu estado de saúde antes de se submeter a ele”, alertou o especialista.
Segundo
Dr. Sérgio, a avaliação pré-operatória começa pelo cardiologista, que investiga
comorbidades como hipertensão, diabetes e histórico de infartos. Esse
diagnóstico é essencial não apenas para o próprio paciente, mas também para guiar
o anestesista e o cirurgião. “Com base nos exames, orientamos sobre a
necessidade de UTI no pós-operatório e outros cuidados para evitar
complicações”. Apesar dos benefícios, ele reforça que a avaliação cardiológica
não zera os riscos. “O objetivo é
minimizar os possíveis danos. Por exemplo, se um paciente tem diabetes,
hipertensão e já sofreu um infarto, recomendamos exames mais aprofundados para
prever qualquer intercorrência e evitar surpresas durante a cirurgia”.
EXAMES NECESSÁRIOS NA AVALIAÇÃO CARDIOLÓGICA
O
protocolo médico estabelece exames básicos para pacientes jovens e sem
histórico de doenças: eletrocardiograma, exames de sangue e ultrassom renal. No
entanto, Dr. Sérgio enfatiza que, na prática, uma avaliação mais detalhada pode
ser necessária. “Já tive pacientes sem sintomas aparentes que, após exames
complementares, revelaram problemas sérios no coração”, destacou.
Ele
citou o caso de uma paciente de 30 anos que se preparava para uma cirurgia
plástica. Segundo a literatura médica, bastaria um eletrocardiograma. No
entanto, Dr. Sérgio decidiu pedir um ecocardiograma e detectou um aneurisma da
aorta e um problema grave na válvula cardíaca. “A artéria estava com mais que o
dobro do tamanho normal. Se ela fizesse a cirurgia plástica, poderia não
sobreviver. A paciente precisou primeiro passar por uma cirurgia cardíaca para
corrigir o problema”. Pacientes obesos ou com histórico de doenças cardíacas
requerem exames mais aprofundados, como teste ergométrico e avaliação das
coronárias. “Se um paciente de 70 anos com diabetes vai passar por uma cirurgia
de próstata, é essencial avaliar as coronárias antes para reduzir os riscos”,
explicou.
PLANEJAMENTO CIRÚRGICO E PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÃO
O
cardiologista destacou a importância do planejamento, principalmente para
pacientes que necessitam de cuidados especiais no pós-operatório. “Identificar
fatores de risco permite preparar a equipe com antecedência, garantindo vaga na
UTI, exames específicos e a presença de uma equipe de hemodiálise, caso
necessário”, exemplificou.
Além
disso, ele alertou sobre o impacto do uso de medicamentos anticoagulantes em
pacientes que passaram por cirurgias cardíacas. “Quem usa válvulas mecânicas
precisa de anticoagulantes para evitar coágulos fatais. Em qualquer nova
cirurgia, a medicação precisa ser ajustada”. Dr. Sérgio Rocha reforçou a
importância da avaliação médica individualizada. “Cada paciente tem um perfil
único, e os exames precisam ser adaptados para garantir a segurança do
procedimento. A prevenção é sempre a melhor opção”, concluiu. Fonte De Olho na Cidade.