Por Correio Braziliense
Foto: Divulgação/ Correio Braziliense
A
Coordenação Regional de Ensino de Planaltina confirmou ao Correio que, por
razões de segurança, o professor e os estudantes envolvidos no episódio de
agressão na última terça-feira (18/2) foram transferidos para outras escolas da
região. A regional destacou que não informará mais detalhes para preservar os
envolvidos no caso, uma vez que os estudantes são menores de idade, e essas
informações são tratadas com o sigilo legal preconizado pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) e pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A
Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) ficou responsável por investigar o
ocorrido. Procurada pelo Correio, a DCA informou que o episódio está sendo
apurado e que a unidade se manifestará quando o inquérito for finalizado.
"Não há prazo definido para isso. Depende do andamento das
investigações", finalizaram. Na última
quarta-feira (19/2), o professor disse, em entrevista exclusiva ao Correio, que
havia sido transferido e que começa a lecionar na nova unidade nesta semana.
RELEMBRE O CASO
"Vai
me devolver o celular ou a gente vai resolver de outra maneira?", teria
indagado um estudante ao professor após ser flagrado com o aparelho em sala de
aula e ter o objeto confiscado. Na terça-feira (18/2), o docente, deficiente
visual, foi agredido com quatro socos, desferidos por dois alunos, em um ponto
de ônibus próximo à escola, em Planaltina. O motivo da agressão teria sido a
atitude do professor de fazer cumprir a lei que determina a proibição de
celulares na sala de aula. A determinação da escola é de que os alunos coloquem
o celular todo dia em bolsas lacradas e entreguem à diretoria no início do
turno. No entanto, durante a aula, o professor flagrou o aluno com o aparelho e
avisou à diretoria, que confiscou o telefone. Revoltado, o estudante teria
ameaçado o professor, pois queria que o docente devolvesse o celular a ele
antes do fim das aulas. "Foi você, né, seu 'cagoeta'?", teria
questionado o aluno após ser obrigado a entregar o aparelho à diretoria.
Na
saída da escola, o professor pegou o mesmo ônibus que o aluno e, ao descerem da
condução, o estudante, de 17 anos, e outro aluno da mesma idade, passaram a
seguir o docente. Os alunos deram o primeiro soco na cabeça dele, pelas costas.
O segundo soco foi nas costas, o terceiro na nuca e o quarto, no olho direito.
"Eu tenho deficiência visual justamente nesse olho, que agora está mais
sensível ainda à luz", relatou o docente ao Correio, consternado e com a
voz trêmula. Fonte: Correio Brasiliense.