Por Clóvis Gonçalves
No
Japão, uma preocupante epidemia da Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico
(STSS), causada por uma forma mais agressiva da bactéria estreptococo A, está
deixando autoridades e especialistas perplexos. Popularmente conhecida como
“comedor de ânus”, a doença já ceifou a vida de aproximadamente 30% dos
infectados, com uma alarmante tendência de aumento de casos em comparação com o
ano anterior. Nos primeiros dois meses
de 2024, o país registrou 378 casos de STSS, enquanto em todo o ano anterior
foram contabilizados 941 casos. Especialistas estimam que o número de infecções
neste ano pode ultrapassar as estatísticas anteriores, sinalizando uma crise de
saúde pública iminente. Os sintomas da STSS são diversos e incluem febre,
dificuldade respiratória, disfunção renal e hepática, pressão arterial baixa,
confusão mental, dores musculares, náuseas, vômitos, diarreia, mal-estar e
mucosas avermelhadas. Embora a doença seja mais comum entre idosos, a recente
tendência de mortalidade entre pacientes com menos de 50 anos tem alarmado as
autoridades de saúde.
Em
um caso chocante ocorrido em setembro do ano anterior, um jovem de apenas 14
anos precisou ter suas mãos e pés amputados devido a complicações da STSS,
ressaltando a gravidade e o impacto devastador da doença. O Instituto Nacional
de Doenças Infecciosas (NIID) emitiu um comunicado reconhecendo a existência de
muitos fatores desconhecidos sobre os mecanismos por trás das formas
fulminantes de estreptococos, destacando a necessidade urgente de pesquisa e
medidas preventivas para conter a propagação dessa ameaça à saúde pública. Enquanto
isso, a população japonesa e as autoridades de saúde permanecem em estado de
alerta máximo, em busca de respostas e soluções para enfrentar essa emergência
médica crescente.