quinta-feira, 5 de julho de 2018

"ENXUGANDO GELO", DIZ GOVERNADOR DA BAHIA, RUI COSTA EM FEIRA DE SANTANA SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA

Por Clóvis Gonçalves
O governador da Bahia Rui Costa falou, em entrevista ao Acorda Cidade, nesta quinta-feira (5 de julho), em passagem por Feira de Santana, sobre a questão da segurança pública no estado. Ele considera que as ações do governo são como ‘enxugar gelo’, uma vez que a polícia prende e a Justiça manda soltar. Rui Costa citou o exemplo de um preso por tráfico de drogas em Salvador, que foi liberado para passar o último natal em casa, no indulto natalino, e não retornou mais para a prisão. Desde então há várias mortes sendo vinculadas a ele pelas escutas telefônicas em investigações.
“Gastamos um dinheiro enorme com investigações. Às vezes, 6 meses, 10 meses, caçando um bandido, prendemos o ‘cara’, é julgado, condenado; ele tem uma condenação de homicídio, responde por mais dez, e depois é solto e não volta. Então nós estamos ‘enxugando gelo’. Ou a sociedade brasileira vai chamar a atenção dos nossos deputados, senadores, pra pelo menos crime de homicídio ter uma execução penal mais rígida, ou nós estamos brincando de fazer segurança pública, porque é todo um sistema”, afirmou o governador.
Ele destacou ainda que atualmente o Brasil se tornou um dos maiores consumidores de drogas no mundo e que 70% dos homicídios no país estão vinculados ao tráfico de drogas. “É a média nacional, em qualquer estado que se vá. Então a sociedade consumidora de drogas está financiando a violência. Quem compra drogas está financiando a morte de adolescentes”. Sobre a segurança em Feira, Rui Costa disse que vai continuar intensificando as ações das companhias especializadas, e salientou que o problema da segurança pública não envolve somente o governo do estado.
“O problema da segurança é complexo porque não envolve só o governo do estado. Até quando nós vamos financiar que a polícia tenha que gastar quatro vezes com viatura, combustível, tempo, pra prender a mesma pessoa, que foi solta na audiência de custódia em 24 horas ou em 48 horas?”, questionou.  (Acorda Cidade).