Cerca de 100 pessoas, todos moradores
do Paiaiá, comunidade rural de Santo Estevão, se reuniram em frente ao
escritório local da para protestarem contra o a falta d’água.
De acordo com os moradores, há mais
de 60 dias estão enfrentando os problemas com a falta de água potável nas
torneiras. De acordo com a lavradora e dona de casa Edvanda Silva Conceição, de
36 anos, quando cai água nas torneiras é geralmente na madrugada. “Quando chega
água lá em casa é por volta de 2h da madrugada. Temos que ficar acordadas se
quisermos encher os reservatórios”, explicou.
Dona Edvanda, assim como os demais
moradores que foram protestar ficaram ainda mais indignados quando a empresa
entregou as contas com cobranças de um produto que não tiveram, segundo
afirmam. “Estamos recebendo as contas normalmente, mesmo sem nenhuma gota de
água”, explicou a também lavradora Lindaura Silva de Jesus, de 54 anos. Para
dona Lindaura a situação é ainda pior, pois tem que se deslocar de sua
residência no povoado, para buscar água em uma nascente. “No local tem sapos,
bichos e é dessa mesma água que temos que usar pelo menos para lavar pratos e
para o banho. Imagine o que a irresponsabilidade desta empresa está causando
também para nossa saúde”, desabafou.
Durante o protesto, funcionários da
EMBASA chegaram a ameaçar chamar a polícia para tentar conter os ânimos dos
consumidores. Toda vez que os funcionários entravam ou saíam das dependências
da empresa eram vaiados pela multidão que se aglomerava em frente ao
escritório.
Uma comissão foi formada entre os
moradores para tentar uma negociação com diretoria da EMBASA. Segundo o
lavrador Salvador Gomes, de 69 anos e que fez parte de uma conversa na área
interna com um pequeno grupo de moradores e funcionários da EMBASA, foi dada
uma previsão de até quinta-feira (20), o sistema de abastecimento de água
normalizar na região.
“Além deste prazo para voltar a água
lá no Paiaiá, a direção da EMBASA afirmou que vai rever as contas de água que
continuam chegando mesmo sem o serviço”, disse Salvador Gomes. Caso não seja normalizado o
abastecimento de água, os moradores disseram que vão interditar a BR 116, no
trecho do Paiaiá para chamar a atenção das autoridades. (Correio da Cidade).