segunda-feira, 24 de novembro de 2025

PRIMEIRA TURMA DO STF JULGA EM PLENÁRIO VIRTUAL DECISÃO QUE LEVOU BOLSONARO À PRISÃO PRENVENTIVA

Por g1

Foto.: Beto Barata/ PL

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar analisar nesta segunda-feira (24/11) a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O julgamento será virtual e ocorrerá entre 8h e 20h. Nesse formato, os ministros depositam seus votos na página eletrônica da Corte. Participam do julgamento o presidente da Turma, ministro Flávio Dino, e os ministras Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Moraes, por ser o autor da decisão, não vota. Bolsonaro está preso desde do ultimo sábado (22/11), após a Polícia Federal apontar risco de fuga, violação da tornozeleira eletrônica e tentativa de usar aglomeração de apoiadores para facilitar um despiste às autoridades. Ele cumpria prisão domiciliar por tentativa de atrapalhar o processo do golpe de Estado, em que foi condenado a 27 anos e 3 meses de detenção. Neste último domingo (23/11), o ex-presidente passou por audiência de custódia na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, que manteve a prisão preventiva. 

O QUE BOLSONARO DISSE NA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Em depoimento à juíza Luciana Sorrentino, na audiência de custódia, Bolsonaro afirmou que o episódio da violação da tornozeleira ocorreu durante um “surto” provocado por medicamentos psiquiátricos. Segundo ele, a pregabalina prescrita para dores neuropáticas e ansiedade teria lhe causado “paranoia” e “alucinações”.

A ATA DA AUDIÊNCIA REGISTRA:

Bolsonaro disse ter acreditado que havia uma escuta na tornozeleira;

Com um ferro de soldar, tentou abrir a tampa do equipamento;

Alegou ter “caído na razão” e interrompido a ação;

Comunicou os agentes de custódia em seguida;

Relatou não se lembrar de ter tido um surto semelhante antes;

Disse ter começado a usar um dos remédios “havia quatro dias” antes da prisão.

O ex-presidente negou qualquer intenção de fuga.

O julgamento desta segunda-feira

A Primeira Turma vai decidir se:

mantém a prisão preventiva de Bolsonaro, ou

revoga a decisão de Moraes.

SE A TURMA CONFIRMA A PRISÃO: 

Bolsonaro pode permanecer preso por tempo indeterminado enquanto a Justiça entender que a medida é necessária. No entanto, por lei, prisões preventivas devem ser reavaliadas a cada 90 dias.

ALÉM DA PRISÃO, MORAES DETERMINOU QUE:

Bolsonaro terá atendimento médico integral na Polícia Federal

Todas as visitas, exceto de advogados e médicos, precisam ser autorizadas previamente pelo Supremo Tribunal Federal

Visitas que ele receberia em casa como as dos governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro) ficam canceladas.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado. Essa condenação, porém, ainda não foi executada, porque o prazo para recursos não terminou. Ele não está preso por essa sentença, e sim por violar regras da prisão domiciliar. As defesas de Bolsonaro e de outros seis condenados têm até esta segunda-feira (24) para apresentar novos embargos de declaração no chamado “Julgamento do Golpe”. Esse tipo de recurso costuma corrigir pontos específicos da decisão, mas raramente altera o tempo total da pena.

Nos próximos dias, as defesas ainda poderão tentar usar os embargos infringentes, mas a jurisprudência do STF é clara: esse recurso só é aceito quando o réu recebeu ao menos dois votos pela absolvição o que não ocorreu no caso de Bolsonaro. Com pena superior a 8 anos, Bolsonaro deverá iniciar o cumprimento em regime fechado assim que os recursos se esgotarem. A tendência é que a prisão preventiva atual “emende” com o início da pena. Fonte: g1.