Por Única News/Redação
Gerado Vaz Júnior e sua esposa Márcia VazA luta pela vida de Geraldo Vaz Júnior, 58 anos, ganhou um
novo e trágico capítulo após ele ter recebido um fígado com câncer durante um
transplante realizado em 2023, em um hospital particular de alto renome na
capital paulista. Segundo o portal Leo Dias, atualmente, Geraldo e sua esposa,
Márcia Helena Vaz, buscam Justiça, denunciando a negligência que transformou a
esperança de um transplante em um pesadelo contínuo de tratamento oncológico. Geraldo
tem chamado atenção nas ruas e estações de metrô de São Paulo, onde segura um
cartaz que resume sua dramática história e o pedido de investigação ao
Ministério Público e à Secretaria de Saúde.
FIGADO DO DOADOR ACARRETOU CÂNCER E VÍRUS
A peregrinação de Geraldo começou em 2010, quando entrou na
fila de transplante. Em 2023, recebeu o órgão que, conforme exames posteriores,
estava doente. A doença só foi detectada no ano seguinte, e o diagnóstico foi
um baque: o fígado transplantado estava com câncer. A situação se agravou
rapidamente. O câncer, um adenocarcinoma com origem compatível com o trato
gastrointestinal do doador, entrou em metástase, atingindo o pulmão de Geraldo,
que agora se submete a tratamentos intensivos de quimioterapia para controle da
doença. Um exame genético detalhado (genotipagem por STR) comprovou a origem do
tumor. O laudo aponta que as células cancerosas não possuíam o mesmo genótipo
do paciente (receptor), incluindo os cromossomos sexuais (XY no receptor e XX
nas células tumorais), indicando que o câncer foi carreado junto com o órgão da
doadora.
O laudo é categórico ao indicar que o câncer é de origem da
doadora. Como se não bastasse o tumor, a esposa Márcia Helena Vaz revelou que o
órgão contaminado também transmitiu o citomegalovírus (CMV), um vírus grave, para
seu marido, que nunca havia testado positivo para ele.
LUTA POR ESCLARECIMENTOS E A BUSCA POR INDENIZAÇÃO
Diante do erro fatal, Geraldo foi submetido a um
retransplante em 2024, no mesmo Hospital Albert Einstein, para substituir o
órgão doente por um saudável. No entanto, a família segue na batalha por
justiça e esclarecimento, questionando por que um órgão com neoplasia
metastática, que deveria ser automaticamente descartado pela legislação
brasileira, foi transplantado. Márcia Helena Vaz relatou que, apesar de terem
procurado diversas autoridades, incluindo deputados, comissões de saúde e o
Ministério Público (que as orientou a procurar a Defensoria Pública), a família
não obteve ajuda.
Em uma carta aberta, Geraldo desabafou: "O que mais nos
traz indignação é que, em nenhum momento, o Hospital Albert Einstein, nos
procurou para esclarecer, acolher ou se responsabilizar. "A família enviou
uma Notificação Extrajudicial em setembro de 2025 ao hospital, solicitando
assistência vitalícia e indenização, mas não obteve resposta.
O OUTRO LADO
Procurados pela reportagem, a Secretaria de Saúde de São Paulo alegou sigilo, citando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para não comentar as informações de saúde individual. O Ministério da Saúde, por sua vez, reforçou em nota que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) segue protocolos rigorosos para reduzir o risco de transmissão de doenças e que "não há evidências de que o câncer desenvolvido posteriormente tenha relação com o órgão transplantado." Até o fechamento desta matéria, o Hospital Albert Einstein, o Ministério Público e os órgãos de transplante federais e estaduais não haviam respondido ao pedido de posicionamento. O espaço segue em aberto para as manifestações. Fonte: única News.