Por SBT News
CPMI do INSS | Jefferson Rudy/Agência Senado/Hariane Bittencourt
O
ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro
Stefanutto, presta depoimento nesta segunda-feira (13/10) à CPMI do INSS. A
sessão, que começou com cerca de uma hora de atraso, foi marcada por uma série
de bate-bocas, pedidos de suspensão e até de prisão. Mais cedo, Stefanutto
conseguiu um habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe
concedeu o direito de ficar calado diante das perguntas que o pudessem
incriminar. Ainda assim, na condição de testemunha, ele decidiu responder à
maioria das perguntas dos parlamentares. “Vou falar, claro”, disse na chegada
ao Senado.
A
tensão, no entanto, começou quando o relator, deputado federal Alfredo Gaspar
(União-AL), iniciou sua rodada de perguntas ao depoente. Stefanutto se negou a
responder o questionamento, alegando já ter sido previamente julgado pelo
relator, o que motivou uma discussão e a suspensão da sessão por cinco minutos.
A cena se repetiu logo depois, quando os dois protagonizaram um embate com
direito à dedo em riste. “Me respeite rapaz! Sendo você o cabeça do maior roubo
de aposentados e pensionistas”, afirmou o relator, sendo rebatido por
Stefanutto antes de a sessão ser suspensa pela segunda vez. Após a discussão, o
deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) pediu a prisão do depoente. O
pedido foi negado pelo presidente da comissão.
Durante
o depoimento, Alessandro Stefanutto afirmou que recebeu o INSS, em julho de
2023, com uma série de problemas financeiros, econômicos e de pessoal. E que
sempre esteve aberto ao diálogo durante sua gestão, tanto que recebeu
parlamentares de oposição que pediam mutirões previdenciários em seus estados
de origem. Ele também defendeu a atuação do instituto e de seus servidores. Stefanutto
ficou à frente do INSS até abril de 2025, quando foi afastado e depois
exonerado com a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da
Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou um esquema bilionário de desvios
em aposentadorias e pensões.
Também
prestaria depoimento, nesta segunda-feira (13/10), o ex-diretor de Benefícios
do órgão, André Paulo Félix Fidelis. Fidelis, no entanto, apresentou um
atestado médico e terá seu depoimento remarcado nos próximos dias. Para a
próxima quinta-feira (16) está confirmada a presença de Cícero Marcelino de
Souza Santos, representante da Conafer, entidade suspeita de envolvimento nas
fraudes. Fonte: SBT News.