Por Agência Brasil
Foto: Fábio Rodrigues-Pozebom/Agência Brasil
A
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, por volta das
17h55, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus do
núcleo 1 da trama golpista. O julgamento será retomado nesta quarta-feira (3),
a partir de 9h, quando serão ouvidas as sustentações dos advogados de
Bolsonaro; do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto
Heleno; ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira e do general Braga Netto,
ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022.
QUEM SÃO OS RÉUS?
Jair
Bolsonaro – ex-presidente da República;
Alexandre
Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Almir
Garnier - ex-comandante da Marinha;
Anderson
Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito
Federal;
Augusto
Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo
Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa;
Walter
Braga Netto - ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
Mauro
Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
PRIMEIRO DIA
Pela manhã, o relator, ministro Alexandre de Moraes, leu o relatório da ação penal, documento que contém o resumo de todas as etapas percorridas no processo, desde as investigações até a apresentação das alegações finais, última fase antes do julgamento. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de Bolsonaro e dos demais acusados. Foram destinadas oito sessões para análise do caso, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A votação que vai condenar ou absolver os réus deve começar somente nas próximas sessões. As penas podem passar de 30 anos de prisão.
SUSTENTAÇÕES
Após
intervalo para almoço, os ministros começaram a ouvir as sustentações dos
advogados dos oito réus. A primeira a falar foi a defesa de Mauro Cid,
ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O advogado defendeu a manutenção do
acordo de delação premiada e negou que o militar tenha sido coagido pelo
ministro Alexandre de Moraes e integrantes da Polícia Federal a delatar.
Em
seguida, o advogado do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Alexandre Ramagem negou que tenha sido determinado o monitoramento ilegal de
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de desafetos políticos do
ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o advogado Paulo Renato Cintra, Ramagem
apenas “compilava pensamentos do presidente da República”.
A
defesa do almirante Almir Garnier negou nesta última terça-feira (2/setembro)
que o militar tenha colocado as tropas à disposição da tentativa de golpe de
Estado para reverter o resultado das eleições de 2022. Último a se manifestar neste primeiro dia de
julgamento, a defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança
Pública do Distrito Federal da Justiça Anderson Torres classificou chamada
minuta do golpe encontrada pela Polícia Federal (PF) como "minuta do
Google".
CRIMES
Os
réus respondem no Supremo pelos crimes de:
Organização criminosa armada, Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, Dano qualificado pela violência e grave ameaça, Deterioração de patrimônio tombado.
A
exceção é o caso do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal. Ele foi
beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três
dos cinco crimes. A possibilidade de suspensão está prevista na Constituição.
Fonte da Informação: Agência Brasil.