Por Atarde
Universidade Federal do Paraná -
Melina
Fachin, professora e diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Edson Fachin, foi alvo de agressões verbais e de cuspes dentro do campus, na
última sexta-feira, 12. A docente também teria sido chamada de “lixo
comunista”. Em comunicado publicado nas redes sociais, o esposo da professora,
Marcos Gonçalves, confirmou a situação e afirmou que o autor da agressão, um
homem branco que não foi identificado, cuspiu em Melina e proferiu ofensas.
“Esta violência é fruto da irresponsabilidade e da vilania de todos aqueles que
se alinharam com o discurso do ódio propalado desde o esgoto do radicalismo de
extrema-direita, que pretende eliminar tudo que lhe é distinto”, diz o texto.
Ele
cita ainda outro episódio de violência que ocorreu no campus na última semana,
envolvendo o vereador Guilherme Kilter (Novo-PR). "Neste caso específico,
este ato de violência carrega as assinaturas de todos aqueles que, na última
terça-feira, protagonizaram mais um episódio de provocação, de tumulto e
desrespeito às instituições, como é a prática desses indignos sujeitos”. O episódio aconteceu quando estudantes
bloquearam a entrada do prédio de Direito da UFPR para impedir a realização do
evento “Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?”.
A
palestra foi organizada por apoiadores do ex-presidente e ocorreria na semana do
julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus do núcleo principal da
tentativa de golpe de Estado. O evento acabou cancelado pela universidade, no
entanto, Guilherme Kilter e o advogado bolsonarista Jeffrey Chiquini tentaram
entrar mesmo com os bloqueios, o que gerou conflito no prédio. O Setor de
Ciências Jurídicas da universidade informou o cancelamento do evento em nota. O
comunicado dizia que “mesmo após o cancelamento e a orientação expressa da
vice-direção para que não ingressassem no prédio, os palestrantes forçaram sua
presença em adentrar ao espaço”.
“A partir disso, intensificaram-se as manifestações estudantis e, sem que houvessem sido acionadas institucionalmente, forças de segurança pública ingressaram no prédio histórico indevidamente e atuaram de forma desproporcional”, diz o texto. Melina Fachin não estava no local no momento do ocorrido. Apesar disso, o vereador Guilherme Kilter diz ter notificado judicialmente a docente e o reitor da UFPR, Marcos Sfair Sunye, para prestar esclarecimentos sobre o cancelamento do evento.
O esposo de Melina encerrou a nota direcionando-se aos “bolsonaristas, aos intolerantes e, principalmente, aos covardes”, e lançou um aviso: “Estejam cientes: não haverá clemência. Vocês nunca mediram as consequências de suas palavras e ações. Nós também não mediremos mais. Se algo acontecer com a professora Melina ou com qualquer membro da nossa família, vocês não serão apenas responsáveis, vocês receberão o mesmo jugo.”Fonte: Atarde.