Por Contec Brasil
Foto Divulgação/internet
A
Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda aumentou, de
2,4% para 2,5%, a estimativa de crescimento da economia brasileira neste ano. A
previsão consta do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta sexta-feira (11) pela
Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. Em relação à
inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o documento
reduziu de 5% para 4,9% a projeção para 2025. Em relação ao desempenho da
economia, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas
produzidas no país) aumentou após a revisão para cima das estimativas para a
produção agropecuária e por causa do bom desempenho do mercado de trabalho. O
levantamento, no entanto, não considera os possíveis efeitos do tarifaço do
governo Donald Trump sobre a economia brasileira, porque os números foram
fechados antes. Apesar de ter elevado a previsão de crescimento para o PIB, a
SPE prevê desaceleração da economia no segundo semestre. Para 2026, a
estimativa de crescimento caiu de 2,5% para 2,4%.
Em
relação ao IPCA, a projeção continua acima do teto da meta de inflação para o
ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com intervalo de
tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite
inferior é 1,5% e o superior é 4,5%. Para 2026, a estimativa de inflação foi
mantida em 3,6%. Em relação às ameaças do governo de Donald Trump, a SPE
informou que os impactos da elevação de tarifas de 10% para 50% se concentrarão
em alguns setores da economia. “A carta que comunicou a elevação da tarifa
justifica a decisão por razões apenas políticas, gerando grande insegurança. O
impacto da medida deve ser concentrado em alguns setores específicos,
influenciando pouco a estimativa de crescimento em 2025”, informou o documento.
SETORES
Além
de elevar a previsão de crescimento da economia, a SPE mudou a estimativa para
os setores produtivos. Para a agropecuária, o crescimento esperado para o PIB
passou de 6,3% para 7,8%. De acordo com o documento, a revisão reflete a alta
nas estimativas para a safra de milho, café, algodão e arroz. A projeção para a
expansão dos serviços também subiu, passando de 2% para 2,1%. Para a indústria,
a expectativa de crescimento caiu de 2,2% para 2%. Segundo a SPE, após resistir
por vários meses, o setor começa a ser afetado pelos juros altos.
INPC
Em
relação aos demais índices de inflação, a SPE também revisou as estimativas. O
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o
valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com
variação de 4,7%, um pouco mais baixos que os 4,9% divulgados no boletim
anterior, em maio. A projeção para o Índice Geral de Preços Disponibilidade
Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e
o consumidor final, caiu de 5,6% para 4,6% este ano. Por refletir os preços no
atacado, o IGP-DI é mais suscetível às variações do dólar.
Os
números do Boletim Macrofiscal são usados no Relatório de Avaliação de Receitas
e Despesas, que será divulgado no próximo dia 22. Publicado a cada dois meses,
o relatório traz previsões para a execução do Orçamento com base no desempenho
das receitas e da previsão de gastos do governo, com o PIB e a inflação
entrando em alguns cálculos. Com base no cumprimento da meta de déficit
primário e do limite de gastos do novo arcabouço fiscal, o governo bloqueia alguns
gastos não obrigatórios. Fonte: contec.org.br