Por Aratu On
Maioria das vítimas na Bahia é formada por mulheres negras entre 30 e 39 anos. Foto: Freepik
O
mesmo levantamento apontou que 94,49% dos agressores eram homens, dos quais a
maioria negro (86,29%), com idade superior a 30 anos. Além dos perfis das vítimas e supostos agressores,
o material de 33 páginas contendo infográficos, tabelas e dados detalha o
cenário da violência e a resposta judicial aos pedidos de proteção para
mulheres que vivenciaram algum tipo de agressão. Para tal, foram analisados
processos judiciais distribuídos entre 2021 e 2023, nas classes infracional e
criminal.
Das
mulheres que buscaram as medidas protetivas de urgência, a maioria era negra
(86,46%) e tinha entre 30 e 39 anos (34,19%). Além disso, 58,17% das vítimas
possuíam filhos em comum com o agressor. Em relação à ocupação, 34,98%
trabalhavam de forma autônoma ou informal, enquanto 29,33% possuíam emprego
formal. Já 35,69% estavam fora do mercado de trabalho, sendo classificadas como
donas de casa, estudantes ou desempregadas.
O estado civil das vítimas foi predominado por
mulheres solteiras (55,34%), seguidas por casadas (18,36%) e aquelas em união
estável (13,97%). No que diz respeito à escolaridade, a maior parte das vítimas
tinha ensino médio completo (31,02%), embora 52,05% dos casos não informassem o
nível de instrução nos autos. Curiosamente, 5,88% das vítimas eram consideradas
não alfabetizadas. Os dados sobre os agressores indicam que 94,49% eram homens.
A maioria deles era negra (86,29%), e a faixa etária predominante foi a de 40 a
49 anos (32,49%), seguida por 30 a 39 anos (31,64%) e 19 a 29 anos (21,75%).
Quanto
à ocupação, a maioria dos agressores trabalhava de forma autônoma ou informal
(64,61%), seguidos por 25,84% que possuíam emprego formal. Outros 6,18% estavam
desempregados, e 3,37% eram aposentados ou pensionistas. O estado civil dos
agressores mostrou que 56,94% eram solteiros, enquanto 33,10% eram casados ou
viviam em união estável. A escolaridade dos agressores variou: 31,96% tinham
ensino médio completo, 15,46% tinham ensino médio incompleto, e 26,80% não
haviam concluído o ensino fundamental. Em 74,54% dos casos, a informação sobre
a escolaridade dos agressores não estava disponível.
PERFIL
DA AGRESSÃO
As agressões aconteceram, predominantemente, à noite (44,99%), seguidas pelo turno da tarde (29,27%) e pela manhã (25,75%). Em 2,89% dos casos, essa informação não estava disponível. A maioria das agressões (64,34%) foi feita dentro da residência da vítima, seguida por agressões em ambiente virtual (14,46%) e em via pública (12,77%). Em 4,38% dos casos, não foi possível identificar o local da violência. A violência psicológica foi o tipo mais recorrente (42,82%), seguida pela violência moral (24,15%) e física (22,45%). A violência patrimonial e sexual também foram identificadas, mas em menores proporções (9,40% e 1,17%, respectivamente). Em 0,13% dos casos, o tipo de violência não foi especificado. Fonte: Aratu On