quarta-feira, 26 de março de 2025

APROVADO PROJETO QUE PREVÊ AVALIAÇÃO DA SAÚDE MENTAL DE AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA

A comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3.744/24, que determina a avaliação periódica da saúde mental dos profissionais de segurança pública. O relator, deputado Sargento Portugal (Pode-RJ), recomendou a aprovação do texto. “Esses profissionais, por lidarem com situações de alto risco, violência e trauma, ficam expostos a demandas emocionais e psicológicas extremas”, disse. “A taxa de suicídio na população brasileira é de 0,07% por 100 mil habitantes, enquanto entre os policiais passa a 0,3% por 100 mil”, comparou. 

“Em 2023, por exemplo, houve mais PMs mortos por suicídio do que por conflitos”, lamentou o relator. A proposta aprovada altera a Lei 13.675/18, que criou o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e já prevê avaliações periódicas de saúde para policiais e outros agentes. O texto aprovado complementa as regras ao prever que:

– a primeira avaliação de saúde mental será feita no início do curso de formação na carreira; e

– após a avaliação inicial, deverão ser feitas avaliações periódicas, com intervalo máximo de dois anos.

ENCAMINHAMENTOS

Caso seja constatado, em quaisquer avaliações, que o profissional apresenta algum transtorno mental, ele deverá ser imediatamente encaminhado para acompanhamento psicológico. Se for o caso, também para o serviço médico.

BUSCA ATIVA

Os órgãos de segurança pública deverão manter estrutura apropriada e equipes de saúde, responsáveis ainda por eventual busca ativa, com discrição e respeito à intimidade. O acompanhamento psicológico durará todo o tempo necessário. “As avaliações a cada dois anos permitirão o monitoramento constante da saúde mental, prevenindo casos de transtornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”, disse o autor da proposta, deputado Pedro Aihara (PRD-MG).

PRÓXIMOS PASSOS

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Saúde; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, terá de ser aprovado pela Câmara e pelo Senado. (Agência Câmara)