Por Informe Baiano
Foto: Cláudio Kbene/PR
Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14 de fevereiro) mostra que a aprovação do presidente Lula (PT) desabou nos últimos dois meses. Dentre todos os grupos, a maior queda ocorreu entre seus próprios eleitores. O declínio foi de 20 pontos percentuais entre quem votou nele nas últimas eleições, contra 11 pontos na média geral. Se, em meados de dezembro, data do último levantamento, 66% desse grupo classificavam seu trabalho como ótimo ou bom, agora a porcentagem é de 46%. A maioria dessas pessoas migrou para o regular (que saltou de 27% para 40%). A parcela dos que responderam ruim ou péssimo, porém, também quase dobrou (7% para 13%). Nesse grupo, a margem de erro dos resultados é de quatro pontos, para cima ou para baixo. As informações são da Folha de S. Paulo. No total, a popularidade do petista caiu em todos os segmentos, fazendo o presidente atingir um patamar inédito de desaprovação em suas três passagens pelo Palácio do Planalto.
Ela foi puxada, no entanto, principalmente por grupos ligados ao petista: É o caso das mulheres, negros, nordestinos, mais pobres e menos escolarizados. Entre elas, a parcela que aprova o governo voltou 14 pontos percentuais, passando de 38% para 24% e igualando o nível de insatisfação dos homens, onde a queda foi de 9 pontos. Elas representam pouco mais da metade da amostra e contam com margem de erro de três pontos. Os pretos e pardos também registraram declínios de 15 e 13 pontos na aprovação, respectivamente, comparados com 9 entre os brancos, variações que superam as margens de erro para cada grupo. Somados, os dois primeiros grupos correspondem a 61% do universo da pesquisa. A queda de popularidade de Lula ainda foi mais significativa no Nordeste (16 pontos) e no Sudeste (11 pontos), que somam 69% dos entrevistados, do que no Centro-Oeste (9 pontos) e no Sul (5 pontos). Os nordestinos, porém, são os únicos que mantêm a avaliação positiva (33%) acima da negativa (30%).
O mesmo ocorre entre os que completaram apenas o ensino
fundamental, entre os quais 38% ainda aprovam o governo e 28% desaprovam. Aqui,
no entanto, a queda também foi significativa: em dezembro, a parcela dos que
estavam satisfeitos era muito mais alta, de 53%. Os menos escolarizados são um
terço da população e têm margem de erro de quatro pontos. Em termos de renda, a
maior queda também foi entre os mais pobres, que ganham até dois salários
mínimos por família (R$ 3.036). Eles correspondem a 51% da amostra e 60% dos
eleitores de Lula e tinham um nível de aprovação de 44% do trabalho do presidente
em dezembro, mas agora passaram para 29%.
Os mais ricos, por sua vez, que ganham acima de dez salários
(R$ 15.181), são de longe os mais insatisfeitos e passaram de 32% para 18% de
aprovação. Nesse caso, porém, a variação fica dentro da margem de erro, que é
mais alta, de 12 pontos percentuais. Lula também registrou as maiores quedas em
sua aprovação entre os católicos (de 14 pontos, ante 5 dos evangélicos) e entre
eleitores acima de 45 anos (15 pontos, contra 6 dos jovens entre 16 e 24 anos).
Fonte Informe Baiano.