Por Agência Brasil
Foto: Marcello Camargo?Agência Brasil
As
autoridades policiais vão investigar como o homem que morreu ao detonar uma
carga explosiva em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite
desta última quarta-feira (13), obtinha o dinheiro necessário para se manter na
capital federal. Saber essa informação pode ajudar a Polícia Federal (PF) e a
Polícia Civil do Distrito Federal a esclarecer se o chaveiro Francisco
Wanderley Luiz, 59 anos, agiu sozinho ou recebeu algum tipo de apoio para
cometer um ato terrorista com o propósito de abolir o Estado de Direito por
meio da ação violenta. O chaveiro passou os últimos quatro meses vivendo em uma
casa alugada em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, a cerca
de 30 quilômetros da Praça dos Três Poderes, na área central de Brasília.
Além
da casa, onde preparou ao menos parte dos artefatos explosivos, Luiz, também
conhecido como Tiü França, alugou um trailer que estava estacionado próximo à
Praça dos Três Poderes, junto a outros veículos adaptados para permitir a venda
de alimentos. “Este trailer alugado há alguns meses estava em um ponto
estratégico, nas proximidades do STF, o que nos aponta para um planejamento de
longo ou médio prazo e que sinaliza para a gravidade de tudo isso”, disse o
diretor-geral da Polícia Federal PF, Andrei Rodrigues, durante entrevista coletiva,
nesta quinta-feira (14 de novembro).
De
acordo com o diretor-geral da polícia federal, parentes de Luiz já comentaram que ele é dono de
alguns imóveis alugados em Rio do Sul, cidade catarinense do Alto Vale do
Itajaí onde ele morava e onde chegou a disputar as eleições municipais de 2020,
concorrendo ao cargo de vereador pelo Partido Liberal (PL).
MATERIAL
EXPLOSIVO
Ao
realizar buscas na casa e no trailer que o chaveiro alugou no Distrito Federal,
os policiais encontraram material explosivo. No imóvel, houve ao menos uma
explosão quando um robô do esquadrão antibombas abriu uma gaveta. “Houve uma
explosão gravíssima. Ou seja, o uso do robô antibombas salvou a vida de alguns
policiais que, certamente, não sobreviveriam caso tivessem ingressado na
residência”, contou Rodrigues, revelando que os agentes apreenderam, na casa e
no trailer, objetos e documentos que contribuirão para as investigações,
inclusive um telefone celular.
“Também
já conversamos com a proprietária do imóvel alugado [em Ceilândia], mas ela
estava ainda muito impactada pelo episódio e vamos ter que ter uma segunda
oportunidade para conversarmos com ela”, acrescentou Rodrigues. Segundo ele, há indícios de um planejamento a
longo prazo. “Esse homem já esteve em Brasília em outras ocasiões. Inclusive no
começo de 2023, conforme relatos de familiares. Embora ainda seja cedo para
dizermos se ele participou diretamente dos atos de 8 de Janeiro”, concluiu o
diretor-geral. Fonte: Agência Brasil.