Por Clóvis Gonçalves
Mais
de 300 milhões de menores são vítimas de exploração e abuso sexual ao ano pela
internet, segundo a primeira estimativa mundial sobre a proporção deste
problema, publicada nesta segunda-feira (noite de domingo, 26, no Brasil). Segundo
pesquisadores da Universidade de Edimburgo, um em cada oito menores no mundo foi
vítima da captura, troca e exposição não consentidas de imagens sexuais e
vídeos nos últimos 12 meses. Isto representa um total de 302 milhões de menores
vítimas deste crime, informou o Childlight Golbal Child Safety Institute desta
universidade, que realizou o estudo.
De
acordo com a pesquisa, houve um número similar de casos de solicitações, como
sexo pela internet não desejado e pedidos de atos sexuais por parte de adultos
e outros jovens. Os crimes vão da chamada "sextorsão", um tipo de
chantagem sexual na qual os criminosos exigem dinheiro das vítimas em troca de
não publicar imagens íntimas, ao uso da Inteligência para criar vídeos e fotos
manipuladas. O problema tem alcance mundial, mas a pesquisa sugere que os
Estados Unidos são uma área particularmente de risco, onde um em cada nove
homens admitem ter cometido em algum momento um delito na internet contra
menores.
"O
material sobre abusos contra menores é tão predominante que a cada segundo são
denunciados arquivos à polícia e a organizações", declarou Paul Stanfield,
diretor-executivo da Childlight. "Trata-se de uma pandemia sanitária
mundial, que se manteve em segredo por tempo demais. Ocorre em todos os países,
está crescendo exponencialmente, e requer uma resposta global", ressaltou.
O
estudo é publicado depois que a polícia britânica advertiu no mês passado que
adolescentes britânicos são alvo de golpes de "sextorsão" na
internet, cometidos por quadrilhas criminosas no oeste da África e no Sudeste
Asiático. Estes casos, em particular contra meninos adolescentes, estão
disparando em todo o mundo, segundo ONGs e a polícia. A Agência Nacional contra
o Crime britânica (NCA, na sigla em inglês) emitiu um alerta para centenas de
milhares de professores, advertindo que sejam conscientes da ameaça que seus
alunos podem enfrentar.
Os
golpistas costumam se fazer passar por outro adolescente, estabelecendo contato
através das redes sociais, antes de passar a um aplicativo de mensagens
criptografadas e incentivar a vítima a compartilhar imagens íntimas. Normalmente,
fazem a chantagem no prazo de uma hora depois de terem feito contato e sua
motivação principal é tirar o máximo de dinheiro possível, mais que pedir um
favor sexual, reforçou a NCA. (Informação Atarde)