Por Clóvis Gonçalves
O Comitê de Assessoramento do Coronavírus da Universidade
Federal da Bahia (UFBA) prevê que o Carnaval poderá fazer retroceder os avanços
alcançados no controle da pandemia da Covid-19. De acordo com o colegiado, no
final de fevereiro de 2022, ainda haverá transmissão comunitária ativa do vírus
SARS CoV-2 no Brasil e, em consequência, ocorrência de casos novos da doença. “Esse
é o cenário mais provável, em vista da calamitosa evolução presente em muitos
países do continente europeu, onde, após um período de menor incidência dessa
doença, uma nova onda epidêmica vem sendo observada em decorrência,
principalmente, do relaxamento das medidas de distanciamento social e da
obrigatoriedade do uso de máscaras”, afirmou a nota do Comitê divulgada nesse
sábado, 27.
O comitê é formado por Eduardo Mota, Gloria Teixeira, Tania
Bulcão, Paulo Miguez, Thierry Lobão, Roberto Meyer. De acordo com a nota,
assinada pelos seis especialistas, ninguém pode afirmar hoje que haverá um
cenário de transmissão viral zero nos primeiros meses do próximo ano. “Sendo
assim, faz-se necessário acompanhar os níveis de incidência da Covid-19, dos
casos graves, hospitalizações e óbitos nos meses vindouros” De acordo com a
nota, a possibilidade da ocorrência de novas variantes virais aumenta com a
persistência da transmissão e novas infecções da Covid-19. “Além disso,
considerando a maior transmissibilidade da variante Delta, que atualmente
predomina largamente no Brasil, a evolução da pandemia nos próximos meses
dependerá da proporção da população suscetível à infecção e, principalmente, do
nível de exposição das pessoas ao vírus, diretamente relacionado à implementação
efetiva das medidas protetivas, especialmente do uso de máscara e
distanciamento social, evitando sobremaneira aglomerações, e da elevação da
cobertura vacinal”, prossegue a nota. Até o momento, a prefeitura de Salvador e
o governo do Estado não tomaram uma decisão sobre a realização da festa.
(Atarde).