Por Clóvis Gonçalves
Na última segunda-feira (24 de abril), o Conjunto Penal de Feira de Santana viveu momento de tensão em alguns pavilhões da unidade prisional, principalmente no pavilhão 10. Segundo informações de um agente público que não quis ser identificado, o inicio de rebelião começou depois da chegada do detento Danilo Galdino da Silva, Lima, 35 anos, que teria sido preso na sexta-feira (22), no bairro de Itapoã em Salvador.
O agente contou também que, “Danilo ficou no lugar de Rafael, que comandava a facção criminosa denominada Caveira, então, com a morte de Rafael, Danilo passou ser o chefe imediato, como ele foi preso e trazido pra cá, com isso, os detentos principalmente do pavilhão 10, que é comandado por outra facção, a facção rival denominada Katiara. O motim começou durante toda a tarde, a noite e só foi controlada na madrugada de terça-feira, depois que as autoridades garantiram que o mesmo seria transferido para outra unidade prisional”. A reportagem do Polícia é Viola tentou falar com a direção da unidade, mas não conseguiu.
ASPRA REGIONAL DE FEIRA - FALA
O prenúncio de confronto entre 'gangues' rivais pela disputa de poder foi manifestado em ações dos presos, que abalavam as grades das celas, fazendo gritos de guerra, batucadas e estampidos desde o anoitecer até depois das 21hs. Esse comportamento é típico dos internos, para ofuscar o barulho de outras práticas, a exemplo de escavações, derrubadas de paredes ou serração das grades. E, não deu outra.
A guarda PM ficou mobilizada e acionou reforço. Vale ressaltar que a guarda vive no sacrifício, com efetivo defasado em uns 75% e vítima de uma exploração, cumprindo regime 3x3, pior do que indicava qualquer legislação ultrapassada.
Houve ocupação da Unidade prisional pela RONDESP/Leste e outras tropas, constatando-se danos em paredes, buracos e tentativa de invasão entre pavilhões. Os trabalhos de contenção duraram até a madrugada, quando se teve controle momentâneo da situação. O assunto ficou abafado, mas o presídio continua um verdadeiro barril de pólvora, com precárias condições de segurança, baixo efetivo de Policiais Militares e Agentes penitenciários também.
A ASPRA Feira está alertando, denunciando e fazendo mais um alerta sobre esse velho problema, que se agrava continuamente. É bom lembrar, que o presídio foi interditado em 2016 por ser tido como ameaça à sociedade feirense. (ASPRA Bahia - Regional Feira)