quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

CONHEÇA A HISTÓRIA DA FESTA DE SANTA BÁRBARA EM SALVADOR

Por Atarde

 

O local se tornou um importante ponto comercial na cidade, com aluguel de espaços para comerciantes e forte presença de africanos escravizados. Devoto da santa, o casal também construiu uma capela no local e, no dia 4 de dezembro, fazia homenagens. Ao longo dos anos, a festa começou a ter influência de religiões de matriz africana incorporados. Evento é celebrado em 4 de dezembro

INCÊNDIO

Em 1899, houve um incêndio em um hotel vizinho que atingiu a Capela de Santa Bárbara. A estrutura da edificação ficou danificada, no entanto, imagem da santa não foi comprometida. Após o incidente, as homenagens a passaram a ser realizadas na área do mercado da santidade, no morgado, e na Igreja do Corpo Santo. Nos anos seguintes, o mercado foi destruído e os comerciantes foram transferidos para a Baixa dos Sapateiros, quando as missas passaram a ser realizadas nas igrejas do Centro Histórico.

Em 1980, a imagem de Santa Bárbara foi doada para a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Na época os fieis exigiram que a imagem ficasse sempre exposta na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que ela fosse cuidada e restaurada pela irmandade, que também ficaria responsável por organizar anualmente a festa.

INFLUÊNCIA DE RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA

Como na maioria das festas populares de Salvador, A Festa de Santa Bárbara mistura elementos do catolicismo e das religiões de matriz africana. Diante da época de escravização, em que os africanos eram proibidos de cultuar os orixás, a santa foi associada a Iansã. O catolicismo entende que Santa Bárbara foi degolada com uma espada pelo próprio pai por ter escolhido seguir a religião. Logo depois de matar a filha, o homem foi atingido por um raio. No candomblé, Iansã é um orixá guerreira, que controla ventos e tempestades. A festa conta com comidas feitas de dendê, como acarajé e caruru.

PADROEIRA DOS BOMBEIROS

Com a mudança dos comerciantes para a Baixa dos Sapateiros, o quartel do Corpo de Bombeiros passou a fazer parte do trajeto da procissão e adotou a santa como padroeira, principalmente devido à associação com raios, trovões, tempestades e fogo. Um dos pontos altos da procissão é quando a imagem da santa é levada à sede da corporração e os bombeiros fazem a tradicional chuva com o caminhão-pipa, que tem a água abençoada que molha os fiéis. Por Luiza Nascimento. Fonte: Atarde.