terça-feira, 2 de dezembro de 2025

ALERTA DE FRAUDE: JUIZ DA BAHIA QUASE CAI EM "GOLPE DO FALSO ADVOGADO"

Por BNews

Foto: Google Street View

Um caso que serve de alerta para toda a população e, principalmente, para a comunidade jurídica, veio à tona nesta segunda-feira (1º/12). O juiz Carlos Eduardo da Silva Camillo, que atua na comarca de Ubatã, no sul da Bahia, por pouco não se tornou vítima do conhecido "Golpe do Falso Advogado" via WhatsApp. A tentativa de fraude utilizava informações reais de um processo que o magistrado possui contra a companhia aérea GOL Linhas Aéreas. Os golpistas tentaram extrair dados bancários e, possivelmente, valores sob a justificativa de "isenção de impostos". O juiz percebeu a tempo a tentativa de golpe e conseguiu desmascarar o golpista.

A fraude começou com uma mensagem via WhatsApp, de um número com DDD 74, informando ao Dr. Camillo sobre "atualizações recentes que trouxeram notícias positivas" em seu processo. A mensagem seguinte, repleta de informações falsas, mas que davam ares de veracidade, informava que uma perícia técnica havia determinado a negligência da GOL Linhas Aéreas e que o juiz receberia uma indenização no valor de R$ 50.191,40.  Para dar prosseguimento ao suposto pagamento, o falso intermediário solicitou os dados de conta e agência bancária do magistrado. Em uma tentativa de obter os dados rapidamente, a conversa prosseguiu com a solicitação de uma "Proteção de Dados (PCD)" para garantir que o valor não fosse sujeito à declaração de impostos, uma tática clássica em golpes para justificar a urgência e, muitas vezes, pedir depósitos iniciais para a "liberação" do montante.

A DESCOBERTA DO ESQUEMA

Ao perceber que era golpe, o juiz conversou com os golpistas, informaram que que a Gol iria ligar. Minutos depois, algum falso representante da Gol ligou para o juz para que recebesse o valor da indenização. Para isso, teria que abrir a tela do telefone, abrir o aplicativo do banco e compartilhar a tela com eles. Nesse momento a vítima solicitou que conferisse os dados da petição inicial que tinham e a procuração para ver se a a profissão estava certa, "momento em que o golpista viu que eu era juiz e pediu desculpas e em seguida desligou".

O que salvou o juiz de cair na armadilha foi a sua expertise e a atenção aos detalhes. O golpista utilizou um número de processos que, embora contivesse a petição inicial em nome do Dr. Camillo, referia-se a um caso contra a XP Investimentos e não contra a GOL. Além disso, o número do processo fornecido na conversa estava incorreto para o caso real contra a GOL. Após ser desmascarado, o próprio criminoso, que estava operando de São Paulo (SP), surpreendentemente, abriu o jogo com o juiz. Segundo o relato do juiz Camillo, o golpista informou que consegue em média R$ 60 mil por semana com este tipo de fraude. Diante do crime e do esquema de grande porte revelado, o magistrado registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.), fornecendo todas as informações e prints da conversa para auxiliar nas investigações. Para evitar que mais pessoas caiam nesse golpe, a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA) lançou uma cartilha. Informativa. Fonte: BNews