Por Voz da Bahia
Bolsonaro deixa hospital em Brasília, em 14 de setembro de 2025 — Foto: REUTERS/Mateus Bonomi/File Photo
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil criticou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro na noite deste último sábado (22/11). A publicação, feita no X, é uma tradução de um post original de Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos EUA, e teve como alvo direto o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do processo da trama golpista e responsável pela determinação da prisão preventiva de Bolsonaro. “O juiz Moraes, um violador de direitos humanos sancionado, expôs o Supremo Tribunal Federal do Brasil à vergonha e ao descrédito internacional ao desrespeitar normas tradicionais de autocontenção judicial e politizar de forma escancarada o processo judicial. Os Estados Unidos estão profundamente preocupados diante de seu mais recente ataque ao Estado de Direito e à estabilidade política no Brasil: a provocativa e desnecessária prisão do ex-presidente Bolsonaro, que já estava em prisão domiciliar sob forte vigilância e com rígidas restrições de comunicação. Não há nada mais perigoso para a democracia do que um juiz que não reconhece limites para seu poder.”
REAÇÃO DE EDUARDO BOLSORO
O deputado federal Eduardo
Bolsonaro respondeu à publicação de Landau:
“Muito obrigado pela sua atenção
e apoio nesta luta pela liberdade no Brasil, deputado Christopher Landau. Neste
estágio, assim como vemos na Nicarágua e na Venezuela, já não há qualquer
expectativa real de que a justiça venha de dentro das instituições brasileiras.
Elas foram consumidas pelo mesmo vírus da censura, do medo e da arbitrariedade.
Ainda assim, independentemente do que acontecer, permaneceremos firmes. Continuaremos
fazendo o que é certo, porque essa luta não é apenas para hoje, mas para as
gerações que ainda virão.”
DONALD TRUP TAMBÉM SE PRONUNCIA
O presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, também comentou o caso. Perguntado por repórteres em frente à
Casa Branca sobre a prisão de Bolsonaro, afirmou:
“Foi isso que aconteceu? É uma
pena.”
MOTIVO DA PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi determinada após o ex-presidente tentar romper sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, o que configurou risco de fuga, de acordo com a decisão de Alexandre de Moraes. Segundo o ministro, o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal informou a violação da tornozeleira às 0h08. A equipe responsável pela segurança de Bolsonaro foi acionada imediatamente pela Secretaria de Administração Penitenciária do governo federal, responsável pelo equipamento. A escolta confirmou a avaria e realizou a troca às 1h09min. O relatório aponta que a tornozeleira apresentava “sinais claros e importantes de avaria”, com marcas de queimadura em toda a sua circunferência e no encaixe de fechamento do aparelho. Questionado sobre o ocorrido, Bolsonaro admitiu ter utilizado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento. Ele afirmou que começou a mexer no aparelho no fim da tarde de sexta-feira.
RISCO DE FUGA E VIGÍLIA DE
APOIADORES
Além do dano ao equipamento,
Alexandre de Moraes mencionou que uma vigília de apoiadores convocada pelo
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente à casa do pai poderia gerar tumulto
e facilitar uma possível fuga.
NA DECIÃO, MORAES ESCREVEU:
“A informação constata a intenção
do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua
fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu
filho.” A decisão de Moraes ainda relembrou que Bolsonaro planejou fugir para a
embaixada da Argentina país governado por Milei, um aliado político onde pretendia pedir asilo político quando
ainda estava sendo investigado no processo da trama golpista. Fonte: Voz da Bahia.