Por Metro1
Foto: Metropress
A
exposição de profissionais da área da segurança pública a crimes, pode provocar
um adoecimento psicológico a médio e longo prazo. Em entrevista ao Metropole
Saúde desta última quarta-feira (17/8), a psiquiatra Dra. Ivete Maria Santos
afirmou que a exposição a corpos dilacerados, mortes, podem embrutecer e provocar
uma “vitimização indireta” no trabalhador atuante. “O trabalhador que está
exposto à violência endêmica de vários níveis, existe a naturalização, que
também é adoecimento, fica frio no ambiente de trabalho. O jargão que
utilizamos é “embrutece”. Imagina a polícia técnica que vê corpos dilacerados,
gente morta, que às vezes se aproxima da vítima, é uma vitimização indireta,
pois pode estar na mesma posição da pessoa”, disse a especialista.
Ivete
fez um alerta para a acumulação de memórias, especialmente de policiais, pois
elas podem provocar a normalização e banalização da violência. “Já chegamos
nesse nível, convivemos com violências endêmicas graves, de vários tipos. A
pessoa pode embrutecer, se alienar com essas cenas, e esquecerem o lado humano
e pessoal delas”. Especialmente em homens que são mais reclusos, perceber
sinais de problemas psicológicos nessa área de atuação é importante. A
psicoterapeuta Gabriela Saback apontou que a introspecção e vícios podem ser
importantes indicativos. Essa percepção deve ser feita principalmente por
pessoas que estão próximas, como colegas de trabalho ou família.
A psicoterapeuta afirmou que, por homens serem mais rígidos, talvez nem queiram sair do “lugar de proteção” em que se colocam quando expostos a sintomas físicos, emocionais, comportamentais. “Se você pergunta ao paciente, ele diz que não faz sentido nenhum, que não está em perigo nenhum”. A ansiedade e falta de sono também são fatores a serem observados nessas pessoas. Fonte:Metro1.