Por Gazeta Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O
Brasil registrou 1,65 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em
situação de trabalho infantil em 2024, segundo dados da Pnad Contínua, divulgados
nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE). O número representa um aumento de 34 mil
pessoas em relação a 2023, um crescimento de 2,1%. Apesar da alta recente, a
série histórica mostra que houve queda de 21,4% no período de 2016 a 2024. Em
2016, eram 2,1 milhões de crianças e adolescentes nessa condição, o que
correspondia a 5,2% da população dessa faixa etária. Em 2024, o percentual chegou
a 4,3%, ligeiramente acima dos 4,2% registrados em 2023. Faixa etária e perfil
dos jovens trabalhadores
A
maior concentração de trabalhadores infantis está na faixa de 16 a 17 anos, com
915 mil pessoas. Entre 14 e 15 anos, são 363 mil, e de 5 a 13 anos, 372 mil.
Dos 1,65 milhão de jovens, 66% são pretos ou pardos e 32,8% são brancos. Em
relação ao sexo, 66% são homens e 34% mulheres. O IBGE define trabalho infantil como aquele
considerado perigoso ou prejudicial à saúde, desenvolvimento mental, físico,
social ou moral, e que interfira na escolarização. Pela legislação brasileira,
crianças até 13 anos não podem trabalhar, adolescentes de 14 a 15 anos podem
atuar como jovem aprendiz, e a partir dos 16 anos já podem ter empregos formais
com carteira assinada.
DESIGUALDADE REGIONAL
O
Nordeste lidera em números absolutos, com 547 mil crianças e adolescentes em
situação de trabalho infantil, aumento de 7,3% em relação a 2023. A região Sul
teve a maior alta percentual, passando de 199 mil para 226 mil (+13,6%). O
Norte apresentou queda de 12,1%, de 282 mil para 248 mil. O Centro-Oeste
registrou crescimento de 7% em relação a 2016, subindo de 143 mil para 153 mil.
Entre crianças e adolescentes que residem em domicílios atendidos por programas
sociais, 5,2% estavam em situação de trabalho infantil em 2024, proporção 0,9
ponto percentual acima do total da faixa etária, mostrando tendência de redução
das desigualdades ao longo da série histórica do Instituto Brasiliro de Geografia e Estatistica (IBGE)