quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

AL-BA RECOMENDA NÃO RENOVAÇÃO DO CONTRATO DA COELBA

Por Voz da Bahia

    Foto: Ascom ALBA/Agência ALBA

A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) emitiu um relatório nesta terça-feira (3), defendendo a não renovação do contrato de concessão da Neoenergia Coelba, responsável pela distribuição de energia elétrica no estado. O documento foi elaborado pela Subcomissão de Acompanhamento da Execução do Contrato da Coelba, em resposta à solicitação da empresa para prorrogar o contrato até 2057.

Baseado em quatro audiências públicas, o relatório destaca uma série de problemas na prestação de serviços pela Neoenergia Coelba. Entre eles, estão as frequentes interrupções no fornecimento de energia, o elevado número de reclamações registradas em canais como Procon/BA e Reclame Aqui, além de mais de 44 mil processos judiciais contra a companhia, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A falta de infraestrutura moderna, incluindo redes elétricas e subestações, foi apontada como um dos principais entraves ao desenvolvimento econômico da Bahia. “Setores como a agricultura e a indústria, especialmente no oeste baiano, têm enfrentado grandes dificuldades devido à precariedade do sistema elétrico”, diz o relatório. Um exemplo citado foi a perda total de produção de leite em Itabuna, causada por interrupções prolongadas de energia. Outro ponto crítico é o impacto financeiro das tarifas elevadas. De 2020 a 2024, a Coelba aplicou reajustes acumulados de 45,59%, colocando a Bahia entre os estados com a energia mais cara do país.

Segundo o relatório, esse aumento contribui para a dificuldade de expansão de indústrias em cidades como Camaçari e Feira de Santana. Além disso, o documento critica a regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), considerada excessivamente permissiva com as distribuidoras, sem levar em conta as especificidades locais, como a necessidade de melhorar o acesso à energia em regiões remotas do estado. O relatório conclui que a Neoenergia Coelba não conseguiu atender satisfatoriamente às demandas regulatórias e operacionais durante o período de concessão. “Dado o quadro atual, é recomendável que o contrato não seja renovado e que uma nova licitação seja considerada”, afirmou o deputado responsável pela análise. Crédito Voz da Bahia