Por Aratu On
Créditos da foto: Reprodução/PexelsUm
relatório das Nações Unidas aponta que pessoas em situação de pobreza têm três
vezes mais chances de desenvolver problemas de saúde mental, como ansiedade e
depressão. É o que aponta o relatório “Economia do Burnout: Pobreza e Saúde
Mental”. Cerca de 11% da população mundial sofre com algum transtorno mental. De
acordo com o relator especial da Organização das Nações Unidas e autor do
relatório, Olivier De Schutter, esse cenário está relacionado à obsessão pelo
crescimento da economia e busca de riqueza, levando as pessoas a se submeterem
a jornadas exaustivas de trabalho e condições de trabalho precárias. "Quanto
mais desigual é uma sociedade, mais as pessoas da classe média temem cair na
pobreza e com isso desenvolvem quadros de estresse, depressão e ansiedade",
afirmou o relator.
JORNADA
DE 24 HORAS POR DIA
Segundo
o relator, o principal fator de risco é jornada de 24 horas por dia, 7 dias por
semana, quando o trabalhador fica disponível sob demanda, e cita como exemplos
os trabalhadores de aplicativos e plataformas digitais De Schutter afirma que essa lógica
"resulta em horários muito variáveis de trabalho, o que torna muito
difícil manter um equilíbrio adequado entre a vida familiar e a vida
profissional". A incerteza quanto ao horário de trabalho e quantidade de
horas a trabalhar tornam-se grandes motivadores de depressão e ansiedade. Outro
fator gerador de transtornos é a ansiedade climática. Estudos apontam que
inundações, secas extremas, temporais destroem as fontes de renda da população,
provocando insegurança financeira e ansiedade.
AÇÕES
O estudo propõe que os governos adotem medidas que reduzam as desigualdades e inseguranças, como políticas de renda básica universal (valor mínimo a que todos teriam direito para afastar a ameaça da pobreza), apoio a economia social e solidária e alterações do mundo do trabalho. O relator informou que organizações não governamentais, sindicatos, movimentos sociais e acadêmicos trabalham na apresentação de alternativas ao crescimento econômico em consonância com a erradicação da pobreza, previstas para serem apresentadas em 2025. Fonte Aratu On.