Por Conectado News
Para
de fumar antes de engravidar pode ser um bom “empurrão” para quem está planejando
ter filhos, seja espontaneamente ou através de tratamento de reprodução
assistida. Considerado um dos vilões da fertilidade humana, o cigarro pode
comprometer a capacidade reprodutiva de homens e mulheres. De acordo com o
Instituto Nacional de Câncer (INCA), mulheres fumantes têm sua taxa de
fertilidade reduzida de 75% para 57% e têm 30% mais chances de serem inférteis.
A diminuição da fertilidade feminina acontece por causa da concentração de
nicotina no fluido folicular do ovário. Além disso, o tabagismo pode causar
menopausa precoce, encerrando a vida reprodutiva da mulher.
“O
cigarro prejudica a função ovariana, diminui a ovulação e dificulta a
implantação do embrião. Muitas vezes, a mulher fumante consegue engravidar, mas
acaba tendo aborto espontâneo”, explica Gérsia Viana, especialista em
Reprodução Humana. No caso dos homens, os danos causados pelo cigarro vão desde
a disfunção erétil (impotência) até o comprometimento da fertilidade, uma vez
que a nicotina pode comprometer a quantidade, a qualidade e motilidade dos
espermatozoides.
“O
tabagismo é um dos vilões da fertilidade, mas isso não significa
necessariamente que todo fumante não conseguirá ter filhos, as pessoas que
fumam têm a fertilidade reduzida e, muitas vezes, estão mais propensas a
algumas complicações graves quando conseguem engravidar, podendo afetar,
inclusive, a saúde do bebê”, explica Gérsia Viana. “Quando a paciente é fumante, uma das
primeiras recomendações quando ela busca um tratamento para engravidar é a
cessação do tabagismo. Isso vale para o homem também”, acrescenta a médica.
COMPLICAÇÃO
NA GRAVIDEZ
As
mulheres fumantes podem ter uma gravidez de alto risco, com má formação
placentária, abortamento, descolamento prematuro da placenta, hemorragias
uterinas, trombose venosa profunda e risco de morte. Para o bebê, há o risco de
nascimento prematuro e com baixo peso. Recém-nascidos de mães fumantes também
têm uma incidência maior de malformações congênitas, retardo e outros
problemas.
HÁBITOS
E FERTILIDADE
Segundo
Gérsia Viana, não fumar, controlar o estresse e a ansiedade, ter uma alimentação
equilibrada, praticar atividade física regular, manter uma vida sexual saudável
com uma frequência média de três relações por semana, dormir bem e evitar o
consumo excessivo de bebidas alcoólicas são algumas medidas essenciais para a
saúde reprodutiva. “Manter-se no peso adequado e praticar sexo seguro também
podem fazer a diferença”, destaca a médica. “A obesidade, o tabagismo e as
Infecções Sexualmente Transmissíveis podem comprometer a fertilidade nos dois
sexos”, afirma a especialista.
Além
dos hábitos saudáveis, as consultas e exames de rotina com o ginecologista e
urologista são essenciais para a preservação da saúde reprodutiva dos dois
sexos. “Ao menor sinal de algo irregular na sua saúde reprodutiva ou mesmo
quando se pretende adiar o projeto de ter filhos, é importante buscar ajuda
especializada para avaliar sua condição reprodutiva”, finaliza Gérsia.