Por Clóvis Gonçalves
Cerca de 4 mil grávidas receberão passagens de ônibus e enxoval gratuito da Prefeitura de Salvador. São cerca de 40 itens como mamadeiras, chupetas, mantas e roupinhas, entre outros elementos. A iniciativa faz parte do programa Mãe Salvador, lançado na manhã desta quinta-feira (18), e vai beneficiar gestantes que são acompanhadas nas unidades de saúde do Município. Segundo o prefeito Bruno Reis, o objetivo é aumentar a cobertura de pré-natal na cidade para prevenir e detectar precocemente doenças maternas e fetais, protegendo mãe e filho. Na prática, cada gestante que for acompanhada em uma das unidades municipais de saúde vai receber um cartão com 30 passagens para poder fazer os exames e se mantiver a assiduidade, ou seja, fizer sete pré-natais, terá direito também a um enxoval novo.
“Esse programa é
importantíssimo para estimular as mulheres grávidas para que elas possam
realizar pelo menos sete exames pré-natais. Sabemos da importância desse exame
para garantir que a criança possa nascer com a saúde melhor. Então, além de
campanhas educativas e busca ativa, com esse programa nós vamos doar
gratuitamente as passagens de ônibus e o enxoval para garantir o cuidado e
atenção maior com o bebê”, afirmou. O programa foi idealizado pela Prefeitura e
transformado em lei pela Câmara Municipal no final de 2020. Nesta quinta, o
prefeito sancionou a matéria. A novidade vale para as mulheres que já estão
sendo acompanhadas. O titular da Secretaria de Promoção Social, Combate à
Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre), Kiki Bispo, responsável pela distribuição
dos enxovais, contou que 4 mil mães serão beneficiadas nesse primeiro momento.
“O enxoval tem mamadeira, chuca, frauda, bacia, talquinho, roupa, entre outros itens. Ele é completo em todos os sentidos. São mais de 40 itens para as crianças carentes de Salvador e 4 mil mães serão atendidas. É um número significativo e que vai ter um impacto positivo sobretudo nas zonas periféricas, onde as mulheres, muitas vezes, são mães solteiras e têm dificuldade de se deslocar até as clínicas. O programa tem um formato social abrangente que vai favorecer essas mães”, contou.
Um dos objetivos é de que as
gestantes façam o pré-natal, preferencialmente, até a 12ª semana de gestação e
que elas fortaleçam o vínculo com a maternidade de referência, com visitas ao
local onde deverá ser feito o parto. A meta é alcançar 70% das gestantes com
sete ou mais consultas de pré-natal e reduzir a mortalidade materna na cidade.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) as gestantes pretas e pardas
possuem maior dificuldade em realizar, pelo menos, sete consultas de pré-natal
– número indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O titular da SMS,
Léo Prates, frisou que todas as unidades básicas do Município oferecem exames
de pré-natal e destacou o caráter social do Mãe Salvador.
“Criamos um comitê de enfrentamento ao racismo institucional, e descobrimos que a maioria das mulheres que não estavam fazendo o pré-natal eram negras. Com isso, o segundo passo foi estruturar um projeto que pudesse estimular as mulheres a realizar esses exames. Chegamos a 60% de assistência primária na cidade, mas, ainda nos tempos de hoje, convivemos com sífilis congênita, passada de mãe para filho, e nosso papel é diminuir isso por meio do exame pré-natal”, contou.
Em 2020, cerca de 27,9 mil gestantes tiveram
o acompanhamento nas unidades da rede municipal de saúde para a realização do
pré-natal, exames e outros procedimentos durante a gravidez. Os dados foram
coletados pelo grupo técnico da Rede Cegonha da capital baiana, com base no
Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde. O programa
tem participação também da Secretaria de Mobilidade (Semob), responsável pela
distribuição Card Bilhete Identificado, com as 30 passagens de ônibus. O
investimento foi de R$ 5 milhões. (Voz da Bahia)
