Por Clóvis Gonçalves
Cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados
Unidos, desenvolveram um chiclete experimental que poderá ser usado para conter
a transmissão do novo coronavírus quando uma pessoa infectada estiver
respirando, falando ou tossindo sem máscara. De acordo com o Metrópoles, a goma
de mascar tem sabor convencional e pode ser guardada por anos em temperatura
ambiente sem prejudicar sua função. Os pesquisadores acreditam que o uso dela
aumentará os benefícios das vacinas e poderá ser útil, especialmente, em países
onde os imunizantes ainda não estão disponíveis para a população. O chiclete
também poderá ser usado como proteção por profissionais de saúde que lidam
constantemente com pacientes e precisam retirar suas máscaras durante
procedimentos de avaliação.
Em um estudo publicado na revista científica Molecular
Therapy, os pesquisadores explicam que a boca é uma das principais portas de
entrada do vírus, com receptores presentes na mucosa oral que facilitam a
passagem do Sars-CoV-2 para o interior do organismo. Por ela também passa a
saliva, que contribui com a transmissão através das gotículas expelidas
enquanto um paciente fala ou tosse sem máscara. A goma de mascar desenvolvida
contém cópias idênticas da proteína ACE2, uma substância encontrada na
superfície das células, usada pelo coronavírus para invadir o corpo e causar a
infecção. Quando o chiclete é mascado, ele libera essa proteína, que retém o
Sars-CoV-2 e impede a infecção das células humanas. Nos testes feitos em
laboratório, com amostras de saliva de pessoas infectadas, os cientistas
confirmaram que as partículas de vírus se ligaram aos receptores ACE2 do
chiclete. Como resultado, a carga viral nas amostras caiu mais de 95%. A
redução da carga viral diminui o risco de transmissão e o risco de uma pessoa
desenvolver as formas graves da Covid-19. (AratuOn)
