Por Clóvis Gonçalves
Em entrevista coletiva em Brasília, nesta última terça-feira, 28 de abril, o ministro da Saúde,
Nelson Teich, afirmou que o aumento de casos constitui uma tendência.
Anteriormente, ele havia ponderado que seria preciso ver se os números
expressam a atualização de casos anteriores ou se representavam um aumento de
fato. “A curva vem crescendo e há agravamento da situação. Isso continua
restrito aos lugares que estão vivendo maiores dificuldades, como Manaus,
Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Entendendo que Brasil tem que ser tratado
de forma diferente, mas nesses lugares com um quadro de piora vamos continuar
acompanhando para ver como vai ser a evolução”, declarou Nelson Teich.
De acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde,
o Brasil chegou a 71.886 pessoas infectadas, 5.017 óbitos e 32.544 pacientes
recuperados que deixaram de apresentar os sintomas da doença. A letalidade
subiu para 7%, o maior índice desde o início da pandemia no país. As cidades
mais afetadas pela pandemia estão vivendo já o colapso de seus sistemas de
saúde. Em Manaus, Fortaleza e Rio de Janeiro há filas de espera por leitos de
unidade de tratamento intensivo (UTI). O cenário é preocupante em outros
locais, como a região metropolitana do Recife e Belém. Nesta última terça-feira dia 28 de abril, Teich se reuniu com governadores da Região Norte.
Amanhã, quarta-feira, 29 de abril o encontro será com os governadores das regiões Sul e Nordeste. E na quinta, do Sudeste
e do Centro-Oeste. Ele afirmou que o ministério está “trabalhando para dar
apoio” a locais mais afetados, como por meio da aquisição de respiradores,
equipamentos de proteção individual (EPI) e recursos humanos. “A partir de
amanhã vamos distribuir 185 respiradores para estados e municípios mais
afetados. Vamos encaminhar novos kits de EPI para estados mais complicados e
estamos contratando recursos humanos para reforçar equipes de saúde. Além
disso, testes laboratoriais, testes rápidos, tudo isso está acontecendo
simultaneamente”, acrescentou o secretário executivo, Eduardo Pazuello.
Pazuello não detalhou acerca de números para além dos
respiradores. Segundo o Painel de Leitos e Insumos do órgão, até o momento,
foram repassados 20 respiradores. Embora não haja registro no painel de leitos
locados, o governo anunciou que teria disponibilizado 540 leitos. Hoje foi
divulgado edital para a contratação de mais dois mil leitos. A abertura das
propostas do pregão será na quinta-feira, 30. As selecionadas terão de sete a
10 dias para montar os leitos, divididos em 200 kits de 10 cada um.
De acordo com a plataforma do Ministério da Saúde, até hoje
haviam sido repassados 3,4 milhões de testes rápidos, 35,2 milhões de toucas,
25,9 milhões de máscaras cirúrgicas, 2,2 milhões de máscaras N95 e 1,5 milhões
de aventais. “É uma situação difícil. A gente sabe como está difícil obter
recursos como respiradores. Este é talvez o grande problema. É um problema
mundial. A gente concorre com o mundo inteiro. Estamos buscando entender como
está funcionando o Brasil. Essa centralização é fundamental para que a distribuição
seja baseada na necessidade mais imediata de cada cidade”, comentou Nelson
Teich. (Extra)