Por Clóvis Gonçalves
A superintendente de Gestão dos Sistemas de Regulação da Atenção à Saúde (SUREGS) da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Ana Paula Dias, afirmou, em entrevista ao Acorda Cidade, que todos os dias cerca de dez mil pacientes dão entrada no processo de regulação, em toda a Bahia. Desse total de pacientes por dia, aproximadamente 400 pessoas são para a área de ortopedia. De acordo com Dias, somente no hospital eletivo ortopédico da rede, o Manoel Vitorino, em Salvador, existem atualmente aguardando por um procedimento 1.300 pacientes.
“Isso é decorrente do fechamento de vários serviços de ortopedia em todo o estado, e os hospitais estaduais acabam sendo os responsáveis por dar vazão a essa demanda reprimida, o que levou o governo do estado a lançar o mutirão de cirurgias eletivas, que já realizou mais de 8 mil procedimentos referentes a vesículas, hérnias e esterectomia, que são os três principais procedimentos de demanda reprimida que nós temos cadastrados em nosso sistema lista única”, informou a superintendente da SUREGS.
HOSPITAL CLÉRISTON ANDRADE
Para Ana Paula Dias, o sistema de regulação de pacientes no estado só será eficiente quando o serviço estiver condizente com a demanda. Ela avalia que um dos grandes desafios da Sesab é fazer com que os grandes hospitais do estado, a exemplo do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), trabalhem como maior resolutividade, retirando pacientes que não deveriam continuar aguardando dos leitos e devolvendo-os para os municípios de origem ou para hospitais de menor complexidade.
“O nosso desafio também é que, especificamente aqui em Feira, a gente teve uma redução importante de duas clínicas que faziam o procedimento de ortopedia desde 2010 e 2011, e agora, desde 2016, temos quase mil procedimentos que deixaram de ser executados. Não faltaram esforços da secretaria municipal em reativar esse contrato e a gente sabe que isso é originado pela tabela do SUS (Sistema Único de Saúde), que não remunera adequadamente”, salientou.
A superintendente explicou que a Secretaria vem tentando realizar em Feira de Santana um mutirão de ortopedia, para viabilizar a rotatividade dos leitos do HGCA com maior eficiência e os pacientes que estão na UPA ou nas policlínicas não tenham que aguardar muito tempo pela regulação.
COMO FUNCIONA A REGULAÇÃO
A Superintendente da Suregs informou também como funciona o sistema de regulação no estado da Bahia. “A gente tem o paciente vermelho, amarelo, verde e o azul. Na regulação, a gente chama de vaga 0 o paciente vermelho, que não pode passar mais de 24 horas aguardando nas UPAs, ou seja, existe a prioridade na regulação. E quem define isso não é o médico regulador, mas sim o quadro clínico do paciente. O diagnóstico é feito através da solicitação da unidade de origem e avaliado pelo médico regulador”.
Ainda conforme Ana Paula Dias, os pacientes que possuem quadros vermelhos e amarelos terão prioridade na fila, em detrimento dos pacientes verde e azul, que na grande maioria das vezes não deveriam estar nas emergências dos hospitais. (Acorda Cidade.)