Por Voz da Bahia
Crédito: ShutterstockUm
boletim de ocorrência chamou a atenção da Polícia Civil de Goiânia por sua
natureza inusitada. Um homem procurou a Central de Flagrantes para denunciar
que comprou 30 gramas de maconha de um traficante, no valor de R$ 210, mas não
recebeu a droga. O caso foi registrado por meio de boletim virtual no final de
fevereiro, mas só veio a público nesta semana. Segundo o delegado Humberto
Teófilo, que estava de plantão e analisou a ocorrência, o homem afirmou que,
com base em uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que discute a
descriminalização do porte de pequenas quantidades para uso pessoal, a compra
da droga seria “aceitável” e, portanto, exigiu providências da polícia.
“Ele
disse que a relação, ainda que ilícita, deveria ser baseada na boa-fé, e que o
traficante estaria enganando diversas pessoas que usam maconha de forma
recreativa ou medicinal”, relatou o delegado. Surpreso, Teófilo classificou a
situação como “inacreditável”. “As pessoas estão normalizando o uso, a venda de
drogas e ainda pedindo que a polícia tome alguma atitude”, comentou.
O
homem foi intimado para prestar depoimento neste sábado (22/3) e assinar um
Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por falsa comunicação de crime. O
delegado destacou que não é possível caracterizar estelionato em uma transação
ilegal envolvendo drogas, já que a maconha é considerada substância ilícita, e
a comercialização segue sendo crime no Brasil. Apesar de o autor alegar que
utiliza a substância para fins médicos, a compra feita diretamente com
traficantes não tem respaldo legal. O caso agora segue em tramitação no Juizado
Especial Criminal. Fonte: Voz da Bahia.