Por Aratu On
Suspeitos
de agredir funcionários chineses que trabalham no canteiro de obras da fábrica
da BYD, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, podem ser expulsos do
Brasil em caso de confirmação dos maus-tratos. A informação é do
vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy. O dirigente afirmou
que a montadora “não vai tolerar qualquer desrespeito à dignidade humana”.
"O
compromisso da BYD é com a legislação brasileira, e qualquer desrespeito à
dignidade humana não será tolerado." Baldy acrescenta que já foi enviado
um pedido de desligamento para os envolvidos nas acusações. O caso veio à tona
após reportagem da Agência Pública. A matéria colheu relatos e imagens de
funcionários chineses agredidos fisicamente por superiores, também oriundos da
China. As vítimas seriam exclusivamente advindas do país asiático e ocupavam
diferentes funções na empresa, instalada em Camaçari.
As sessões de tortura incluiriam socos, pontapés, além de más condições de trabalho, com cargas exaustivas, o que fere as leis trabalhistas do Brasil, às quais inclusive trabalhadores de outros países possuem direitos. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) disse confiar “na decência” dos trabalhadores indicados pela BYD para trabalhar no canteiro de obras da montadora. "Confio no compromisso de fazer que a BYD ocupe o mercado de automóveis de todo o mundo", disse em coletiva.
Os
posicionamentos aconteceram durante visita técnica realizada na planta da
fábrica, nesta segunda, com presença de autoridades, executivos da BYD e
jornalistas. A fábrica, substituta da Ford, deve ficar pronta a partir do
início de 2025 a primeira etapa, logo nos primeiros meses, e a segunda, até o
final do ano. A montadora entendeu que a tecnologia e a estrutura deixadas pela
Ford eram ultrapassadas para o projeto idealizado para a construção de veículos
elétricos.
No evento, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou o intercâmbio de engenheiros e técnicos brasileiros para a China, a fim de capacitá-los para atuar na BYD, em Camaçari. Em paralelo, haverá cooperação entre a China, universidades baianas, escolas e com o Senai-Cimatec, com intuito de capacitar profissionais para preencher as 20 mil vagas de emprego esperadas até 2026. Fonte: Fonte: Matheus Caldas e Anna Caroline Santiago/Aratu On.