Por Portal Atarde
Elisabete perdeu amigos e familiares se afastaram. -
Um
teste de DNA supostamente falsificado levou a dona de casa Elisabete Lima, 36
anos, mãe de gêmeos, de 4 anos, a entrar com um processo judicial contra o
laboratório baiano conhecido como DNA Centro Laboratorial de Genética e
Biologia Molecular, localizado no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
Em
entrevista ao portal MASSA! Elisabete contou que o trâmite judicial iniciou em
dezembro de 2020, quando o pai das crianças e, na época, companheiro,
apresentou o exame alegando não ser o pai dos bebês. "Éramos uma família
dentro do contexto de qualquer outra família, sendo que o desejo maior de ter
filhos sempre foi dele. E, então, quando chegou no dia 24 de dezembro de 2020,
nosso primeiro Natal em família, ele me surpreende com um suposto teste de DNA
negativo que ele realizou somente com um dos gêmeos. E quando ele me apresentou
aquele exame eu questionei por qual motivo ele realizou o exame, sem o meu
conhecimento, de modo obscuro, ele se negou a responder todas as
perguntas", disse
Ainda
de acordo com ela, depois de apresentar esse resultado, o suspeito a colocou
para fora de casa, junto com os filhos, que tinham apenas 11 meses. Por causa
desse exame feito pelo ex-companheiro, ela perdeu toda a rede e, como
consequência disso, ela e as crianças começaram a passar por dificuldades,
incluindo com falta de alimentação. "Eu perdi tudo. Perdi amigos, perdi
família, porque ninguém acreditava em mim. Diante de um exame de DNA, quem vai
acreditar? Então, nessa história, eu fui a adúltera, a golpista, a louca dos
gêmeos, era assim que me intitulavam. Tentaram me frustrar em todas as áreas da
minha vida, como profissional, como mulher e também como mãe. Eu tentei até a
morte, mas quando somos mãe, pensamos no filho até na hora de morrer",
relatou, acrescentando que chegou a tomar remédios em excesso para tentar tirar
a própria vida.
Após
passar por toda essa situação, Elisangela, que trabalhava como assistente
financeiro, diz que buscou orientações jurídicas e, a partir disso, deu entrada
nos processos judiciais contra o laboratório e contra o ex-marido, que foi
acionado para fazer outro exame de DNA, desta vez, sob controle da Justiça.
"Ele foi convocado para realizar o exame. Realizamos o primeiro exame
quase dois anos após a entrada na Justiça, e óbvio que veio positivo. Ele pediu
uma contraprova porque achou necessário. Então, refizemos esse exame, também
pela justiça, no qual deu positivo novamente. Então, batido martelo, ele não
tem mais como negar essa paternidade", completou ela.
Agora,
Elisangela, por meio da advogada especialista em Direito Civil, Vanessa Pinzon,
quer que o laboratório se responsabilize pelo resultado supostamente falso que
foi emitido pela unidade, em 2020. "O processo está em segredo de Justiça,
por isso não posso me aprofundar muito, mas o que posso dizer é que o
laboratório nega o erro. Estamos aguardando um retorno do Ministério Público
sobre a instauração de um inquérito criminal para investigar se foi uma fraude
ou um erro", disse a advogada ao MASSA! A reportagem entrou em contato com
o laboratório para ouvir o posicionamento da empresa, mas até a publicação
desta matéria não obteve retorno. Portal Atarde.