Por Clóvis Gonçalves
Estudo
do Pnuma revela que o desperdício alimentar global continua a prejudicar a
economia e o meio ambiente.
O
Relatório do Índice de Desperdício de Alimentos 2024, divulgado pelo Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) nesta última quarta-feira (27/03/2024),
revela uma realidade alarmante: enquanto 783 milhões de pessoas enfrentam fome
e um terço da população mundial lida com insegurança alimentar, mais de 1
bilhão de refeições são jogadas fora diariamente em domicílios ao redor do
globo. De acordo com o estudo, o desperdício alimentar não só impacta
negativamente a economia global, mas também contribui para a mudança climática,
a perda de biodiversidade e a poluição. O documento foi publicado às vésperas
do Dia Internacional do Resíduo Zero, celebrado em 30 de março.
O
relatório destaca que, em 2022, foram geradas 1,05 bilhão de toneladas de
resíduos alimentares, incluindo partes não comestíveis, o que corresponde a 132
quilos por pessoa e quase um quinto de todos os alimentos disponíveis para
consumo. Do total desperdiçado, 60% ocorreram nos lares, enquanto os serviços
de alimentação foram responsáveis por 28% e o varejo por 12%. A diretora
executiva do Pnuma, Inger Andersen, enfatizou que o desperdício de alimentos é
uma tragédia global, afetando milhões de pessoas enquanto causa danos
substanciais ao clima e à natureza. Ela ressaltou a importância de os países
priorizarem a redução do desperdício alimentar, não apenas como uma questão de
desenvolvimento, mas também para mitigar os impactos ambientais e econômicos.
O
relatório também destaca a urgência de abordar o desperdício alimentar tanto em
nível individual quanto sistêmico, apontando para exemplos de sucesso em países
como Japão e Reino Unido, que conseguiram reduções significativas por meio de
políticas e parcerias. O Pnuma continua monitorando o progresso e incentivando
ações para reduzir pela metade o desperdício de alimentos até 2030, destacando
a importância de parcerias público-privadas e investimentos adequados nesse
sentido. *Com informações da ONU News.