Por Clóvis Gonçalves
Bruno Kelly/Reuters
Sete agentes penitenciários foram feitos reféns por detentos
na UPP (Unidade Prisional do Puraquequara), em Manaus, na manhã deste sábado, 2
de maio. Segundo a Seap (Secretaria de
Estado de Administração Penitenciária), a rebelião teve início por volta das 7
horas (horário de Brasília) e não há informações sobre mortos. A pasta informou
que a rebelião começou durante a entrega do café da manhã, quando internos
serraram a grade de duas celas e fizeram os agentes de socialização reféns. Os
presos atearam fogo em colchões e, de fora da unidade, era possível visualizar
a fumaça intensa e ouvir gritos. Em nota, a autoridade penitenciária do
Amazonas disse que os presos ainda não libertaram os agentes e exigem a
presença da imprensa e de grupos de direitos humanos.
"O Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) e forças de
segurança da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) Rocam, Coe, Batalhão de
Choque, Companhia de Cães - estão no local e já iniciaram as negociações",
disse a secretaria. A causa do motim ainda é investigada. Desde 16 de março
deste ano, quando o Governo do Amazonas baixou o primeiro decreto de ações de
combate ao novo coronavírus, a administração penitenciária adotou medidas que
ampliam as limitações nos presídios, como a suspensão de visitas.
A rebelião
ocorre quando o surto de coronavírus sobrecarrega os serviços públicos em
Manaus, com autoridades enterrando vítimas em valas comuns e alertando os
moradores sobre a falta iminente de caixões. No ano passado, mais de 50 presos
foram estrangulados ou esfaqueados até a morte, enquanto gangues rivais lutavam
entre si em quatro prisões distintas de Manaus. (r7)