Por Clóvis Gonçalves
O portal Aratu Online inicia a partir desta segunda-feira (15/2) uma série especial sobre o atentado da Vila Moisés, no bairro do Cabula, ocorrido no dia 6 de fevereiro de 2015. O material foi batizado com o nome ‘Doze’, em duplo significado: 12 foi o número de mortos na ação policial; como também representa o número de meses (1 ano) em luto pela morte daqueles jovens.
Serão publicadas reportagens especiais durante a semana com pessoas que tiveram envolvimento direto no caso já julgado, em primeira instância, pela Justiça baiana e sentenciado com ganho de causa aos policiais envolvidos na operação.
O objetivo da série especial é recontar o que aconteceu naquela madrugada quando os jovens tombaram após suposto confronto com a Polícia Militar. Na versão da PM baiana, as vítimas estavam envolvidas em uma operação para explodir um banco. Foram interceptadas e, no confronto, em legítima defesa dizem reagiram e executaram os “criminosos”.
A comunidade da Vila Moisés ainda hoje acusa os “homens de farda” de “chacina”. À sombra do anonimato, por temer retaliações, contam que a polícia emboscou os jovens e, a sangue frio, disparou contra eles.
O Ministério Público do Estado da Bahia entrou no caso. Políticos se posicionaram contra e a favor da polícia. A Secretaria de Segurança Pública foi duramente criticada na ocasião. Fomos ouvir todos os lados. Alguns resolveram falar e revelar detalhes, até então, sigilosos. Outros preferiram a capa do silêncio.
A reportagem foi pensada inicialmente para ser lançada no exato dia que se completaria um ano dos disparos na penumbra da Vila Moisés. Mas não foi possível. O 6 de fevereiro deste ano caiu no sábado de Carnaval. Os decibéis da folia abafaram a dor dos familiares.
Ainda assim a história não poderia deixar de ser contada. Fomos atrás para reconstituir a dor, o sofrimento, os discursos, as versões e, acima de tudo, a verdade ou verdades por trás desta narrativa. "Doze" se propõe a isso a partir desta segunda-feira.