Por Clóvis Gonçalves
Foto: Reprodução/Passa Palavra
Após seis rodadas de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancários decidiram, em reunião realizada nesta sexta-feira (25), em São Paulo, entrar em greve. A paralisação de caráter nacional será iniciada no dia 6 de outubro. A categoria está desde o mês de agosto em negociação com os patrões cobrando melhores condições de trabalho e atendimento à população. De acordo com Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários na Bahia, a Fenaban não só frustrou, como agiu de forma desrespeitosa com os bancários. "Na opinião dos trabalhadores, a proposta da Fenaban é muito rebaixada e não nos resta alternativa senão iniciarmos uma greve", declarou em entrevista ao Metro1.
Entre as reivindicações, os bancários pedem um reajuste salarial de 16%. Os bancos apresentaram, no entanto, uma proposta de 5,5% de aumento. "Nosso objetivo é dobrar a intrasigência do setor mais lucrativo da economia nacional. Os bancos lucraram no ano passado R$ 60 bilhões. Somente no primeiro semestre deste ano, o lucro ultrapassou R$ 35 bilhões. Não há justificativa para que as empresas apresentem uma proposta tão ruim, que sequer repõe a inflação do período", justifica o presidente do Sindicato dos Bancários na Bahia.
Além do reajuste salarial, os bancários reivindicam mais segurança, melhores condições de trabalho, defesa da saúde, mais contratações e fim das demissões. De acordo com Vasconcelos, somente no primeiro semestre deste ano, os bancos reduziram 7 mil postos de trabalho no Brasil. "Os bancários estão adoecendo, muitos estão tomando remédios controlados em razão de metas cada vez mais abusivas. Os trabalhadores também pedem apoio da sociedade, porque a nossa luta é direito de todos os clientes, pela redução dos juros e tarifas, pela garantia da diminuição das filas com aumentos das contratações e com mais segurança. Evidente que esses assuntos dizem respeito à população como um todo", explica.
Novas assembleias estão previstas para acontecer nos dias 1 e 5 de outubro, no Ginásio dos Bancários, no Largo dos Aflitos. "Gostaríamos que essas questões fossem resolvidas em mesa de negociação. Não há crise econômica para os bancos, mas eles estão optando pela penalização da sociedade", conclui. Ele alerta a população para o fechamento dos bancos, que irá ocorrer na manhã do dia 6 de outubro. (Metro1)