Por Clóvis Gonçalves
“Se o papa continuar
a falar como ele fala, mais cedo ou mais tarde eu vou começar a rezar novamente
e retornar à Igreja Católica, e eu não estou brincando", disse o
presidente cubano após encontro com Francisco no Vaticano; Raul e Fidel foram
batizados como católicos; Francisco deve visitar Cuba e os Estados Unidos em
setembro e Raul garantiu que vai a todas as missas do pontífice; cubano
reforçou que saiu do encontro com o papa "realmente impressionado com sua
sabedoria e sua modéstia"
CIDADE DO VATICANO
O
presidente de Cuba, Raúl Castro, agradeceu ao papa Francisco
neste domingo (10) por intermediar a aproximação entre Havana e Washington e
disse ter ficado tão impressionado com o pontífice que poderia voltar à Igreja,
apesar de ser comunista.
Aos 83 anos, o irmão mais novo do
líder revolucionário cubano Fidel Castro falou com o papa durante quase uma
hora -- um encontro excepcionalmente longo para uma reunião papal-- durante uma
visita que o Vaticano disse ser estritamente privada e não uma visita de Estado.
Audiências papais aos domingos são
extremamente raras. O papa Francisco abriu uma exceção quando Castro perguntou
se ele poderia parar em Roma em seu caminho de volta de Moscou para agradecer
ao pontífice pela mediação do Vaticano entre os Estados Unidos e Cuba, segundo
autoridades cubanas.
Ao sair da reunião, Castro disse a
repórteres ter agradecido ao papa pela intervenção do Vaticano que levou à
retomada histórica em dezembro das relações diplomáticas entre os
ex-adversários depois de mais de meio século de antagonismo.
Mais tarde, em uma entrevista à
imprensa com o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, Castro disse que saiu
do encontro com o papa "realmente impressionado com sua sabedoria e sua
modéstia".
Francisco, que deve visitar Cuba e os
Estados Unidos em setembro, é membro da ordem religiosa jesuíta. Castro brincou
dizendo que "até mesmo eu sou um jesuíta, em certo sentido", já que
ele foi educado por jesuítas antes da revolução.
"Quando o papa for a Cuba em
setembro, eu prometo ir a todas as suas missas e ficarei feliz em
fazê-lo", disse ele, acrescentando que lê todos os discursos do primeiro
papa da América Latina, que faz da defesa dos pobres uma prioridade de seu
papado.
"Eu disse ao primeiro-ministro
que se o papa continuar a falar como ele fala, mais cedo ou mais tarde eu vou
começar a rezar novamente e retornar à Igreja Católica, e eu não estou
brincando", disse ele. Ambos os irmãos Castro foram batizados como
católicos. (Reuters/247 Mundo)